Título: Sata se une a grupo português
Autor: Nilson Brandão Júnior
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/08/2006, Economia, p. B29

A Sata, empresa de serviços aeroportuários da Fundação Ruben Berta (FRB), e a portuguesa Groundforce, na qual a TAP é sócia, vão se fundir. A nova empresa deverá movimentar R$ 1 bilhão ao ano. O negócio permitirá equacionar os problemas de caixa gerados pela crise da Varig, um dos maiores clientes da Sata, e estimular o crescimento da empresa de serviços, que tem planos para se expandir na América Latina.

Na terça-feira, as empresas assinaram um protocolo de intenções, que deverá ser desenvolvido em seis meses. A Sata é controlada pela FRB-Par, holding de investimentos da fundação, e não está incluída no processo de recuperação da Varig.

Segundo o presidente da Sata, Mário Muniz, a Varig deve pelo menos R$ 50 milhões à Sata, em dívidas incluídas no Plano de Recuperação da Varig (até junho do ano passado).

¿O acordo foi feito para dar estabilidade à empresa, que tinha um cliente para o qual prestava serviço mas ele não pagava. Isso acarretou um problema de caixa¿, afirmou Muniz, primeiro executivo da Sata que não fez parte dos quadros da FRB ou do Grupo Varig. O executivo, que já presidiu a Maxitel e trabalhou outras indústrias, como a Gradiente, foi selecionado por uma empresa de ¿headhunter¿ (empresa de contratação de executivos).

Muniz disse que o sócio português vai entrar em parte com capital, tecnologia e contatos com clientes. A Groundforce tem forte presença na Europa e clientes que também voam para o Brasil e precisam contratar os serviços localmente.

Em contrapartida, a Sata, que fatura ao redor de R$ 200 milhões por ano, disse que dispõe de funcionários treinados e conhecimento do mercado brasileiro. O executivo afirma que a empresa é ¿operacionalmente lucrativa¿.

Anteontem, funcionários da empresa iniciaram um movimento de greve. Segundo a assessoria da empresa, funcionários da empresa no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro continuavam em greve ontem, mas ¿as operações não foram paralisadas e nenhum cliente foi prejudicado¿.