Título: Tucano Lúcio Alcântara posa com Lula no Planalto
Autor: Christiane Samarco, Tânia Monteiro, Leonêncio Noss
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/08/2006, Nacional, p. A6

Uma semana depois de abrir espaço para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa eleitoral, o governador do Ceará e candidato à reeleição, Lúcio Alcântara (PSDB), foi recebido pelo presidente no Palácio do Planalto. Na saída, posaram juntos para fotos. A reunião ocorre quando pesquisa Datafolha indica que o ex-prefeito de Sobral Cid Gomes (PSB), irmão do ex-ministro Ciro Gomes, assumiu a liderança da disputa estadual, com 50% das intenções de voto. Lula teria 70% dos votos dos cearenses.

Só a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, participou da parte final da conversa, na qual o anfitrião se revelou preocupado em construir uma ampla base de apoio para um segundo mandato. "Vou levar a campanha sem baixaria", disse Lula.

Ao final do encontro, porém, Alcântara insistiu que só discutiu investimentos do complexo portuário de Pecém, cujo valor não soube informar. Só depois, com o auxílio de assessores, disse que se tratava de uma parceria de R$ 500 milhões.

Alcântara frisou que foi ele quem pediu a audiência. "O presidente é candidato, mas é presidente. E eu sou candidato, mas sou governador", justificou, dizendo que não faria um encontro "às escondidas". A conversa, porém, nem sequer estava na agenda palaciana, que teve de ser refeita.

PUXADOR Na saída, indagado se considera o presidente um bom puxador de votos no Estado, Alcântara não hesitou. "Bom? Olha as pesquisas lá", disse. Ele rebateu acusações de setores do PSDB, que o acusam de traição por levar Lula à TV. "Sou do PSDB e apóio o governador Gerado Alckmin. Se houver traidor, certamente não sou eu."

Alcântara não aceita que lhe responsabilizem pelas dificuldades de Alckmin no Ceará. "Que me deixem em paz. Compreendo as dificuldades de Alckmin em estabelecer parceria comigo e sei que não posso cobrar nada dele. Mas que também não me façam cobranças."