Título: Tendência é de queda da inflação, diz ata do Fed
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Fonte: O Estado de São Paulo, 21/07/2006, Economia, p. B11
A alta do núcleo da inflação - medida que exclui os preços de alimentos e energia - foi a principal preocupação dos membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) na reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), realizada nos dias 28 e 29 de junho. Em compensação, a maioria deles acreditava que a tendência era de que os índices inflacionários caíssem. As informações constam da ata do encontro, divulgada ontem.
"Com as expectativas de inflação contidas e os custos unitários da mão-de-obra mantidos baixos pelos ganhos contínuos na produtividade e avanços modestos nos salários, a maioria dos participantes previa que a inflação provavelmente recuaria", disse a ata.
Na ocasião, os integrantes do Fed decidiram, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros do país em 0,25 ponto porcentual, para 5,25% ao ano.
A maior dúvida dos participantes do encontro era se os preços mais altos da energia (petróleo) refletiam "influências transitórias ou persistentes". Alguns integrantes do Fed indicaram que os preços da energia devem se estabilizar e outros esperavam que os custos da moradia, um componente importante dos índices de inflação, "provavelmente se desacelerariam nos próximos trimestres".
De acordo com a ata, a construção de residências "declinou perceptivelmente nos últimos meses", enquanto as vendas mais fracas de imóveis residenciais e os informes das construtoras indicaram que essa debilidade seria prolongada. "Os participantes também notaram que as evidências disponíveis indicavam que a desaceleração era ordeira, mas mantiveram em mente a possibilidade de um declínio mais acentuado no setor", informou a ata do Fed.
O documento também revelou que os integrantes do banco central americano tiveram dificuldades para caracterizar o rumo futuro da taxa de juros. Para alguns, a posição atual varia entre modestamente restritiva para relativamente acomodatícia. Pelo menos um membro do Fed afirmou que a decisão de elevar o juro básico era "difícil".
As informações da ata reforçaram nos analistas de mercado financeiro a percepção de que o aperto monetário nos Estados Unidos está chegando ao fim. A expectativa de grande parte dos especialistas é de que a taxa de juros seja elevada para 5,5 % ao ano na reunião do próximo dia 8 de agosto, marcando o fim do processo de aperto monetário iniciado em junho de 2004.
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