Título: Tucanos reúnem 407 prefeitos em ato pró-Alckmin
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2006, Nacional, p. A9

O PSDB reuniu 407 prefeitos paulistas ontem para dar uma demonstração de força no Estado e tentar minimizar as divisões internas da legenda às vésperas da eleição. 'Quero dizer aqui que estamos trabalhando pelo Geraldo Alckmin', avisou, logo na abertura de seu discurso, o candidato tucano ao governo paulista, José Serra. O ato de ontem, em um clube paulistano, era conjunto, de apoio à candidatura dele e da de Alckmin à Presidência.

Os dois são considerados lados opostos com relação à possível disputa interna para a eleição presidencial de 2010. Enquanto Serra é tido como candidato preferencial do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Alckmin tem buscado colar seu nome a outro eventual candidato, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.

Ontem, Serra usou a maior parte de seu discurso para pôr fim aos comentários de que não tem se engajado na campanha de Alckmin e aplacar o fogo amigo, acirrado ainda mais nos últimos dias, com as críticas de FHC. Afirmou, por exemplo, que daqui até 1º de outubro 'é preciso fazer com que São Paulo expresse toda a vontade, desejo e decisão de eleger Geraldo presidente'. Foi um dos discursos mais enfáticos que Serra fez em favor do ex-governador desde o início desta campanha.

'Em São Paulo, temos que manter as pesquisas até as urnas e, no Brasil, inverter as pesquisas até as urnas', disse. Serra também fez críticas ao presidente Lula, sem citar seu nome. 'O governo do PT tem feito o possível para estragar a nossa galinha dos ovos de ouro, que é a agricultura', criticou.

VOLTAR A SER FELIZ

Não foi só Serra, porém, quem atuou, no evento, para apaziguar os ânimos entre os caciques do PSDB. Alckmin falou em seguida, retribuiu elogios ao ex-prefeito e destacou pontos positivos do governo de FHC. 'São Paulo tem que voltar a ser feliz. Agora, vai eleger Serra, o que é muito importante para o Brasil', discursou o ex-governador. Entre os presentes, estavam prefeitos do PSDB, do PFL, do PPS, do PTB, do PMDB e até um ex-prefeito petista, José Jacinto Prego, de Auriflama (noroeste de São Paulo). 'Saí do PT envergonhado com os escândalos de corrupção', afirmou.

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), cobrou dos prefeitos engajamento na campanha. 'Temos que ter vergonha na cara e fazer campanha de porta em porta', disse.

Por fim, Lembo criticou o governo Lula, também sem citar o nome do presidente. 'Malandro não gosta de vida política. Malandro gosta de formar bando, formar quadrilha.'