Título: Médicos param em todo o País por mais segurança
Autor: Ricardo Westin, Eduardo Kattah
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2006, Vida&, p. A19

Ontem, mesmo dia em que uma funcionária que denunciava agressões no trabalho foi assassinada em Governador Valadares (MG), médicos peritos do INSS deram início a uma paralisação nacional em protesto contra a falta de segurança. A greve, organizada pela Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência (ANMP), deveria durar dois dias.

O protesto vinha sendo discutido havia algumas semanas e, por coincidência, ocorreu no dia em que Maria Cristina Felipe da Silva foi assassinada. Por causa da morte, a paralisação pode não terminar hoje, como estava previsto. 'Precisamos agora voltar a conversar com a categoria para saber que posição tomar', afirma o presidente da ANMP, Eduardo Rodrigues de Almeida.

Segundo a ANMP, não trabalharam ontem 90% dos 4,7 mil peritos do INSS. Segundo a entidade, a paralisação não chegou aos 100% porque muitos médicos ainda estão na fase de estágio probatório, isto é, ainda não têm estabilidade no cargo.

Também ontem, o INSS entrou na Justiça contra a ANMP. Na ação, o instituto argumenta que a paralisação é ilegal e abusiva, exige a volta imediata ao trabalho e pede uma multa de R$ 100 por perícia não realizada. O INSS também ameaça descontar do salário dos funcionários as horas não trabalhadas. Por mês, os médicos realizam cerca de 500 mil perícias em todo o País. R.W.