Título: No horário eleitoral, Alckmin pede 'um basta' e Lula se diz surpreso
Autor: Wilson Tosta
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/09/2006, Nacional, p. A14

Depois de uma reação discreta no programa da hora do almoço, a campanha do PSDB subiu o tom e, à noite, pôs o próprio candidato Geraldo Alckmin cobrando a apuração das denúncias que envolvem o caso dossiê Vedoin. 'É mais um escândalo, um absurdo. Os suspeitos estão na sala do poder', cravou o candidato, que pediu que os eleitores dêem 'um basta ou um não a isso tudo'.

A fala de Alckmin entrou nos minutos finais do programa, emoldurada por uma série de recortes dos jornais dos últimos dias. O ex-assessor do presidente Lula e suspeito de ter participado da operação de compra do dossiê, Freud Godoy, foi apresentado pelo locutor como um 'faz-tudo' dentro do PT.

O programa do PT abordou o assunto de forma bem diferente. Apresentou uma mensagem escrita enviada pelo presidente Lula de Nova York - sem perder a oportunidade de mencionar que ele foi aplaudido por 'líderes de todo o mundo', após discursar na abertura Assembléia Geral da ONU e receber o título de Estadista do Ano 2006. Na mensagem, o candidato à reeleição se diz 'surpreso' com os fatos que leu nos jornais brasileiros, reafirma sua 'profunda indignação' e pergunta ao eleitor: 'A quem interessa perturbar as eleições?', argumentando que quem está na dianteira das pesquisas de intenção de voto não precisaria usar dossiês de procedência duvidosa.