Título: Rato defende cota maior para Espanha
Autor: Rolf Kuntz
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/09/2006, Economia, p. B3

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, minimizou ontem a oposição latino-americana ao projeto de redistribuição de votos no organismo e defendeu um aumento da cota da Espanha. 'Não há a menor dúvida que, por razões históricas, a economia espanhola tem uma representação inferior no FMI a seu peso na economia real', disse Rato a um pequeno grupo de jornalistas espanhóis.

A Espanha passou a membro do Fundo em 1958, mas foi dado ao país um volume 'muito baixo' de cota, segundo o ex-ministro de Economia espanhol.

A maioria dos países sul-americanos rejeitou a proposta defendida por Rato na votação realizada na segunda-feira por considerar que os parâmetros para compor a nova fórmula de distribuição do poder prejudicava a região. Já a América Central apoiou o projeto, assim como o México, que estava no grupo de quatro países que receberam um aumento imediato.

Rato, que recebeu o apoio da América Latina quando se apresentou como candidato à direção do FMI em 2004, minimizou a rejeição à proposta por parte da maioria dos países da região. 'Existe um consenso de que a reforma é necessária; o que acontece é que alguns expressam suas prevenções em torno do peso dos elementos da fórmula votando contra.'

A resolução determina como futuras variáveis de uma nova equação, o Produto Interno Bruto e o grau de abertura comercial e financeiro de um país, assim como a vulnerabilidade frente a crises monetárias. O Brasil e a Argentina, que lideraram a oposição ao projeto na América Latina, enfatizaram que esses fatores prejudicam os países em desenvolvimento de tamanho médio e favorecem as nações desenvolvidas.

Rato reconheceu que as inquietações parecem 'legítimas'. No entanto, acrescentou que 'são um pouco precipitadas'. Ele pediu paciência. 'Acho que todo mundo é consciente de que nestas organizações as mudanças não são dramáticas.'