Título: Dirceu conta com Pt para ter anistia
Autor: Vera Rosa, Vanice Cioccari
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/08/2006, Nacional, p. A4

O ex-ministro José Dirceu admitiu ontem que espera ter o apoio do PT e das pessoas que um dia votaram nele para recuperar os direitos políticos, suspensos pela Câmara até 2015. ¿Sinceramente espero ter o apoio da militância do PT e daqueles que sempre votaram em mim para recuperar o direito de ser votado e julgado pelo povo¿, afirmou Dirceu em seu blog, ao comentar artigo do jornalista Raymundo Costa, publicado pelo jornal Valor Econômico, que tratava de iniciativa do governo e do PT para conceder-lhe anistia.

Dirceu disse, porém, que não aguarda que ela venha por iniciativa do governo ou do PT. Lembrou que pode ser pedida por iniciativa popular e afirmou que, por onde vai, as pessoas perguntam se não gostaria de recebê-la. ¿Anistia é uma prerrogativa do Congresso e projeto de iniciativa popular, não é uma questão do PT ou do governo.¿

Em seguida, Dirceu repetiu a frase: ¿Cada dia sua agonia.¿ Disse que neste momento sua disposição é ir ao Supremo Tribunal Federal (STF). ¿Para defender minha inocência.¿ Acrescentou que o futuro ao povo pertence.

Em dezembro de 2005, logo depois de ter o mandato cassado pela Câmara, já se falava num provável projeto de anistia para Dirceu, a ser apresentado este ano. Conforme noticiado pelo Estado na época, a iniciativa seria encabeçada pelo suplente de deputado Ricardo Zarattini (PT-SP). Zarattini mantém a intenção de apresentar a proposta.

Ainda em seu blog, Dirceu afirmou, a respeito da anistia: ¿É verdade que existe uma ampla articulação nas bases do PT e em diferentes setores dos movimentos sociais. Em todos os atos políticos e sociais de que participo recebo o apelo para aceitar um movimento pela minha anistia e em defesa de minha elegibilidade.¿

Ele disse ainda que em 40 anos de vida pública só foi processado durante o governo militar. Reconheceu que há uma denúncia contra ele no Ministério Público (por causa do mensalão), mas afirmou que o STF ainda não decidiu se a acata ou não.

Shopping Estadão