Título: `Deformadores de opinião¿ tentam atacar, diz Garcia
Autor: Sérgio Gobetti, Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/08/2006, Nacional, p. A6

O coordenador do programa de governo do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, acusou ontem ¿alguns¿ formadores de opinião do País - não disse quais - de tentar desacreditar a boa avaliação alcançada pelo governo e a liderança da candidatura de Lula nas pesquisas. Durante a apresentação do programa, ele classificou de ¿golpismo¿ a atuação desses formadores de opinião, que chamou de ¿deformadores de opinião¿.

Para Garcia, essas pessoas estão empenhadas em retirar a credibilidade do processo democrático e eleitoral ao atribuir a vantagem de Lula nas pesquisas ao ¿baixo nível¿ do eleitorado. ¿Inconformados com este movimento que hoje se faz com muito mais força do que se fez em 2002 para conduzir o presidente Lula ao segundo mandato, o que nós vemos, na contracorrente do progresso democrático, é o ressurgimento de algo que parecia arquivado na história do Brasil , que é o golpismo¿, afirmou ele, que também é vice-presidente do PT e assessor especial de Relações Internacionais da Presidência.

Depois de dizer que fenômenos que foram tragédia no passado se repetem como farsa, Garcia comentou: ¿O golpismo hoje é a farsa daquele golpismo que teve conseqüências tão trágicas para a sociedade brasileira.¿ Ele afirmou que Lula é ¿figura emblemática¿ da luta contra o regime militar e pela democracia social e econômica nas últimas três décadas e as metas de seu programa apontam para a necessidade de ¿democratizar cada vez mais o País¿.

Apesar da dureza das críticas, o petista fez as críticas sem mencionar nomes nem detalhar quem seriam os ¿deformadores de opinião¿. Ainda durante a apresentação do programa de governo, ele se referiu a especulações de que o Brasil, com Lula, poderia repetir ¿o caos econômico social da Argentina¿ ou o ¿caos político da Venezuela¿ para falar das pressões ¿conjunturais e estruturais¿ enfrentadas pelo atual governo.

No dia anterior, em encontro com intelectuais, o presidente falou na ¿síndrome do preconceito¿ que, segundo ele, impedia que os trabalhadores acreditassem que outro trabalhador, como ele, pudesse governar. Para Lula, as pesquisas mostram hoje que isso foi superado.

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