Título: Quércia admite que fez caixa 2 em campanhas
Autor: Alexandra Penhalver
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/08/2006, Nacional, p. A11

O candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia, admitiu ontem que, antes do pleito em 2002 (quando concorreu a uma vaga no Senado), sempre fez caixa 2 em suas campanhas. Indagado se teria recorrido a esse expediente, respondeu sem hesitação: ¿Todas (as campanhas), todo mundo fez (caixa 2). Quando fiz campanha para governador (1986) perguntaram se eu registrei e disse que não, ninguém registrou¿, disse durante sabatina do jornal Folha de S. Paulo, na capital.

Depois, em entrevista coletiva, Quércia voltou atrás. ¿Eu me equivoquei, não era caixa 2, era um complemento (de campanha). Naquela época não era irregular, todo mundo fazia, era regular e nunca houve problema com o Judiciário.¿ Segundo ele, antes a Justiça Eleitoral determinava um limite menor de gastos. ¿As pessoas para fazer campanha gastavam fora do limite e agora quem dá o limite é o candidato.¿

Para demonstrar que segue à risca as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-governador afirmou estar com os gastos em dia. ¿Nos últimos tempos o Judiciário, corretamente, está controlando. Tanto que saiu nos jornais que as minhas contas e as do Mercadante (Aloizio Mercadante, candidato do PT) estão certinhas, as do Serra (José Serra, PSDB), não.¿

Questionado sobre as negociações entre PMDB e PSDB, quando foi cogitado para ser vice na chapa de Serra, o peemedebista disse que teve o nome vetado pelos tucanos. ¿Eu também não queria ter um vice como eu¿, disse, provocando risos na platéia. ¿Porque sou muito forte.¿

Ele contou que a aliança não foi fechada também por temer que o acordo não fosse cumprido. ¿Meu objetivo era ter secretarias no governo para fortalecer o PMDB.¿

Quércia quer criar, caso seja eleito, uma linha de trem de alta velocidade - ¿300 quilômetros por hora¿ - entre São Paulo, Campinas e Araraquara. ¿O Mercadante vai dizer que eu copiei a idéia, mas eu sugeri isso quando fui governador. O projeto foi para o governo federal e não andou mais.¿