Título: Cristovam quer Bolsa-Escola de novo, com MEC
Autor: Bruno Winckler
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/08/2006, Nacional, p. A16

O candidato do PDT à Presidência, senador Cristovam Buarque, criticou ontem a forma como o atual governo utiliza o programa Bolsa-Família, classificado por ele de "assistencialista". Em entrevista ao telejornal SBT Brasil, o candidato, que foi ministro da Educação do governo Lula, defendeu uma reformulação do programa e o resgate do Bolsa-Escola, modelo que adotou no Distrito Federal quando foi governador (1995-1999).

A primeira transformação seria a associação do Bolsa-Escola ao MEC. O ministério fiscalizaria a freqüência das crianças às aulas. Segundo Cristovam, o atual modelo acomoda os beneficiados e, para deixar de ser apenas um programa assistencialista, ele deve incentivar os adultos a trabalhar.

"Os adultos serão beneficiados por um programa chamado Emprego Social. Vão receber uma remuneração, mas vão trabalhar. Reflorestamento, água, esgoto, enfim. Eles poderão produzir", disse. "Eles não perdem o benefício, mas vão trabalhar. Eles querem isso. Ninguém gosta de ficar parado."

Outro incentivo defendido por Cristovam é a criação de outro programa adotado no seu governo no DF, o Poupança-Escola. "A criança da família que recebe o benefício, se passar de ano, vai receber R$ 100 numa caderneta de poupança. O dinheiro só poderá ser retirado se o aluno terminar ensino médio", disse.

Cristovam voltou a apontar a federalização da educação básica como caminho para revolucionar a educação brasileira e, com isso, o futuro do País. Para tanto, o ex-ministro disse que a primeira medida a ser adotada deve ser a padronização das escolas públicas num único modelo. "O Banco do Brasil é igual em cada cidade", raciocinou. "Já nossas escolas são completamente diferentes de uma cidade para outra. O professor é contratado pelo Estado ou pelo município e cada um tem uma realidade. Se tudo ficar sob o comando do MEC, todas as crianças terão condições iguais."

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