Título: Para Furlan, a culpa é da Copa
Autor: Paula Puliti
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/08/2006, Economia, p. B7

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, atribuiu a queda da produção industrial divulgada ontem pelo IBGE à Copa do Mundo de futebol. Segundo ele, os negócios do comércio e da indústria ficaram praticamente paralisados nos dias de jogos, o que puxou para baixo os números de junho. Furlan afirmou que os números de julho e início de agosto, aos quais ele já teve acesso, "estão bem mais alentadores".

Ele disse estar otimista com a economia. "Deixamos de ter entraves externos e isso estimula investimentos, produção, emprego e crescimento", afirmou, durante o CEO Fórum 2006, promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. "Com a dívida pública coberta pelas reservas atuais, nosso risco internacional vai continuar a cair, e os juros vão acompanhar a queda."

Questionado sobre qual o câmbio ideal para o crescimento econômico do Brasil, o ministro brincou: "O dólar ideal é sempre o pote do arco-íris. Quando estamos chegando perto, ele muda de lugar."

JUROS O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que também participou do evento da Amcham, afirmou que, no caso de um segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa de juros real do País poderá cair para 5% ao ano, praticamente a metade do nível atual. Para ele, a projeção é realista, dada a solidez da economia brasileira e a projeção para seu crescimento nos próximos anos, que pode superar os 5% ao ano.

Segundo Mantega, a taxa real de 5% ao ano nada mais é que a taxa de juros básica dos EUA mais o risco país brasileiro, que, para ele, deve ficar em 200 pontos-base. O ministro disse que as condições para um crescimento sustentado a taxas superiores a 5% estão criadas e podem ser aproveitadas por quem quer que seja o próximo presidente.