Título: Agentes federais fazem buscas durante uma hora na Vicatur
Autor: Alexandre Rodrigues
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/10/2006, Nacional, p. A4

A Polícia Federal ocupou ontem a Vicatur Câmbio e Turismo, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, suspeita de ter fornecido parte dos dólares usados na compra do dossiê Vedoin. A PF trabalha com a hipótese de que uma das sócias da empresa, Sirley da Silva Chaves, seja o elo com a família Levy, usada como laranja para encobrir a ação. Também é investigada a possibilidade de parentesco entre Sirley e a família, que nega conhecê-la.

Cinco agentes participaram da busca na Vicatur, que durou uma hora. Um policial armado impediu a entrada de clientes e jornalistas durante a operação. O grupo saiu sem dar entrevista, levando uma caixa de papelão, que conteria documentos apreendidos.

Os sócios da Vicatur, Sirley e Fernando Manoel Ribas Soares, estavam na empresa e acompanharam a ação, que terminou às 12h50. Mais tarde, por volta das 16 horas, os dois foram à superintendência regional da PF. Eles estavam acompanhados do advogado Jorge Ribas Soares, pai de Fernando - que, segundo parentes, compareceu para 'dar apoio moral' -, e de outro advogado, que se identificou como Bruno - ele não pertence ao escritório de Ubyratan Cavalcanti, que representa os sócios. No início da noite, sem falar à imprensa, Sirley deixou o local e tomou um táxi.

COMUNICADO

A Vicatur divulgou um comunicado em que afirma que os dois sócios 'não respondem a nenhum inquérito ou processo criminal'. 'Todas as operações cambiais são realizadas de acordo com a lei e comunicadas ao Banco Central', diz. A reportagem procurou Cavalcanti, mas não obteve resposta.

Durante a operação da PF, 13 pessoas tentaram entrar na Vicatur, que fica na movimentada Avenida Governador Amaral Peixoto, no centro de Nova Iguaçu, e foram surpreendidas pela informação de que havia uma operação policial na empresa.

Pela manhã, o superintendente regional da PF, Delci Teixeira, disse que as operações feitas no Rio em torno do inquérito do dossiê Vedoin são todas de responsabilidade do delegado Diógenes Curado, que preside o inquérito sobre o caso. De acordo com Teixeira, todo o setor de inteligência da Polícia Federal no Rio foi colocado à disposição para fazer as diligências requisitadas.

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