Título: Presidente negociará com partidos, diz tarso
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/10/2006, Nacional, p. A6
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, reiterou ontem que, assim que passarem as eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai procurar partidos e governadores para discutir governabilidade, ações prioritárias e o novo ministério. ¿O presidente vai fazer pessoalmente esta ponte com os partidos políticos¿, frisou. ¿Ele é que vai comandar as negociações políticas e a formação do ministério. Ele não vai delegar para ninguém isso e seria um equívoco se fizesse.¿
Segundo adiantou, Lula vai procurar inclusive os governadores. ¿Não tenho a menor dúvida de que temos dois pontos de pauta que são fundamentais: reforma política e reforma do processo orçamentário. Os partidos políticos devem ser sujeitos ativos dessa concertação e os governadores terão voz ativa nos seus partidos, porque eles vão ter força política muito grande na federação¿, afirmou o ministro.
Na entrevista, Tarso comentou ainda que os discursos dos adversários, na quarta-feira à noite, foram ¿uma espécie de despedida do cenário eleitoral¿, ¿um reconhecimento da derrota¿, ¿uma radicalização desnecessária¿.
¿Isso não nos impede de dizer que todas as forças política democráticas serão procuradas para discutir a questão da reforma política, reforma do processo orçamentário¿, voltou a insistir o ministro.
Apesar de relatar planos para um segundo mandato de Lula, Tarso negou que o governo esteja em clima de ¿já ganhou¿. ¿Nós achamos que temos boas perspectivas de vitória, mais perspectivas do que tínhamos semana passada¿, comentou. ¿Mas seria um desrespeito aos nossos adversários e ao próprio cidadão entrar num clima desta natureza. Nós vamos trabalhar até o último minuto.¿
CÓDIGO PENAL
Tarso respondeu com ironias às declarações do candidato tucano ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, que, em seu último comício em São Paulo, disse que o PT e o governo Lula ¿viraram um Código Penal ambulante¿. Segundo o ministro, ¿é surpreendente alguém que fale em Código Penal quando deixou o Brasil à beira da falência¿.
Para o ministro, o PSDB ¿poderia ser vítima da Lei de Falências¿, porque, quando deixou o governo, entregou o País com inflação alta, juros altos, taxa de crescimento nula, falta de financiamento e crise generalizada. Ele acrescentou que quem deixou o País ¿em escombros¿ - expressão utilizada pelo ex-presidente Fernando Henrique para atacar Lula - foi o governo tucano. ¿Em escombros recebemos o País¿, criticou.