Título: Tucano cobra PT sobre origem do R$ 1,75 milhão
Autor: Roldão Arruda
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/10/2006, Nacional, p. A9
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, fez campanha ontem na Baixada Santista, nas cidades de São Vicente e Cubatão. Ele voltou a insistir em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT devem explicações à população sobre a origem do R$ 1,75 milhão que seria usado para pagar o dossiê Vedoin, com supostas denúncias contra o PSDB.
'O que o Lula precisa explicar é de onde veio o R$ 1,75 milhão, em dinheiro vivo, que é uma fortuna', disse. Ele também criticou a forma como o governo e o PT reagem às denúncias: 'Sempre jogam a culpa em alguém e afastam. Tiraram o José Dirceu, tiraram o (José) Genoino e agora tiram o (Ricardo) Berzoini. Sempre jogando a culpa em terceiros.'
Alckmin evitou falar sobre sua estratégia para o debate de hoje na TV Bandeirantes. Deu a entender, no entanto, que pretende enfatizar dois pontos: a corrupção no governo do PT e a idéia de que pode fazer mais para o Brasil do que Lula.
O ex-governador chamou de mentirosas as informações divulgadas por seus adversários de que pretende privatizar uma série de estatais. 'É mais uma mentira', disse. 'É um absurdo. Não vamos privatizar Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correio. O que vamos fazer é reestatizar, porque essas empresas foram tomadas pelo PT.'
Na opinião do candidato, o PT e o presidente aparelharam a máquina estatal: 'O governo não é para a patota. Nem para os amigos. O presidente tem que ser amigo do povo, não dos petistas.'
Em Cubatão, após a costumeira parada para o cafezinho, Alckmin sentou para engraxar os sapatos. Ao final, o engraxate Valdemir Gama, que tem 24 anos e cobra R$ 4 pelo serviço, disse a ele que, se eleito, deve se preocupar mais com o emprego e a educação do que com cesta básica e Bolsa-Família. 'O emprego dá mais dignidade ao chefe de família. Cesta básica só resolve o dia', disse.
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