Título: Ala do foro privilegiado ganha novos nomes
Autor: Rodrigo Pereira, Roldão Arruda
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/10/2006, Nacional, p. A16
Ao eleger o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) e o ex-ministro Antonio Palocci (PT) para a Câmara, o eleitor paulista ofereceu a eles foro privilegiado para enfrentar a Justiça. Os dois são investigados pelo Ministério Público, acusados de desvio de recursos públicos nas prefeituras de São Paulo e de Ribeirão Preto.
Eles não foram os únicos que, apesar de terem os nomes envolvidos em escândalos, obtiveram votos suficientes para ir à Câmara representar o Estado. A lista inclui Valdemar Costa Neto, presidente do PL, Vadão Gomes, do PP, e os petistas José Genoino, José Mentor e João Paulo Cunha, todos eles acusados de participação no esquema do mensalão.
Com poucos recursos, Genoino, ex-presidente do PT, fez uma campanha no estilo de tática de guerrilha: promoveu centenas de reuniões com pequenos grupos de pessoas, nas quais falava dos erros que cometeu e dizia que o PT precisa ser menos arrogante. Ele está voltando para a Câmara com quase 99 mil votos, na 12.ª posição entre os 14 eleitos pelo partido. Em 1998 ele tinha ficado na primeira posição, com 306 mil votos.
Chama a atenção, no fim da lista dos 70 eleitos, os nomes de três candidatos inexpressivos e donos de poucos votos, principalmente na comparação com os nomes que os precedem. O último é o do coronel Jairo Lira, que se elegeu pelo PTC, na carona do estilista Clodovil Hernandes, com apenas 6.673 votos.