Título: Negociação segue o modelo Chávez
Autor: Ariel Palacios
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/10/2006, Internacional, p. A16
A Argentina vai às compras e sabe onde o preço é mais baixo e as condições de financiamento são melhores. É um movimento inicial - que precede um plano de reequipamento a longo prazo - limitado a itens de segunda linha, como helicópteros russos de emprego geral Mi-17 e mísseis ar-ar, de combate aéreo, para substituir os R-530 franceses e Shafrir, israelenses, ambos no limite do prazo de validade.
O que conta, todavia, é o que virá depois. O presidente Nestor Kirchner quer abrir um programa de crédito com a indústria militar da Rússia e, eventualmente, da Ucrânia, para superar as pesadas restrições impostas pelo governo dos EUA às exportações de material de uso militar. Kirchner segue Hugo Chávez, da Venezuela, na negociação: quer uma boa linha de financiamento para gastar até 2013. O presidente venezuelano conseguiu US$ 5,5 bilhões e já gastou US$ 3,3 bilhões.
Ao assumir, Nilda Garré recebeu um relatório que define necessidades das forças argentinas. Ele destaca que só três helicópteros pesados Super Puma estão em condições operacionais. Mais: dos 300 tanques médios, menos de 40, modernizados nas fábricas de Córdoba, são considerados disponíveis.