Título: Garotinho nega ter se oferecido ao PSDB
Autor: Fabiana Cimieri
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/10/2006, Nacional, p. A11

No primeiro dia de campanha a favor de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, o presidente regional do PMDB do Rio de Janeiro, o ex-governador Anthony Garotinho, já tinha mandado confeccionar adesivos pedindo votos para a inusitada dupla Alckmin e Sérgio Cabral, que é candidato ao governo pelo PMDB e tem apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante um encontro com 13 prefeitos da Baixada Fluminense e do interior do Estado, Garotinho afirmou que seu apoio ao candidato tucano não seria 'envergonhado', mas assumido: 'Declarei meu apoio a pedido. Não fui lá bater para me oferecer.'

Ele contou que o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), telefonou-lhe e perguntou se aceitaria apoiar Alckmin. 'Respondi que sim, se ele me procurasse. Em 10 minutos Geraldo me ligou pedindo que fosse a São Paulo.'

Garotinho negou ter negociado cargos ou apresentado qualquer condição. Na reunião com prefeitos, afirmou que vai se esforçar não apenas para eleger o tucano, mas também para provocar seu maior rival, o prefeito Cesar Maia (PFL), que apóia a candidatura ao governo do Rio da deputada federal Denise Frossard (PPS).

'Vamos fazer com Geraldo uma maratona pelo Estado', disse. ' Até nisso o PFL falhou. O Lula deu um banho no primeiro turno. Vamos diminuir esta diferença e até tentar ganhar o jogo. Não vai ser fácil, porque o Cesar Maia atrapalha.'

Garotinho prometeu abrir 13 comitês Alckmin-Cabral na Baixada, onde Lula teve sua votação mais expressiva, atingindo patamares maiores que 60% dos votos válidos. Mas ressalvou que o partido permanece unido em torno da candidatura de Cabral, e a divergência é apenas na eleição presidencial.