Título: Alckmin tenta contornar crise e Lula mobiliza todo o governo
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Fonte: O Estado de São Paulo, 05/10/2006, Nacional, p. A4

A coordenação da campanha do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, lançou uma operação de emergência para conter a crise aberta no Rio pela adesão do ex-governador Anthony Garotinho. Ao festejar o apoio de Garotinho e posar para fotos a seu lado, Alckmin desagradou ao prefeito do Rio, César Maia (PFL), e à candidata do PPS ao governo do Estado, deputada Denise Frossard - que se rebelaram e anunciaram que vão manter distância da campanha do tucano.

O senador José Jorge (PFL-PE), candidato a vice na chapa de Alckmin, vai conversar hoje com Maia. Em outra frente, o PSDB do Rio deve declarar apoio a Frossard. Alckmin tentou justificar o episódio. 'Não se recusa apoio, se agradece. Eu não tenho compromisso e aliança com ninguém, só com o povo brasileiro', disse ele, ao lado dos dois principais governadores tucanos eleitos no primeiro turno, José Serra, de São Paulo e Aécio Neves, de Minas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu no Palácio da Alvorada com sete governadores eleitos e reeleitos. Desafiou a oposição e se disse pronto para o debate ético, apesar de seu governo ter sido sacudido por seguidos escândalos: 'Queremos discutir profundamente ética e corrupção. Eu acho que o povo brasileiro merecia uma discussão melhor. Mas, se quiserem enveredar por aí, vamos discutir isso e colocar na mesa as coisas que precisam ser colocadas.'

Desde domingo, o presidente e boa parte de sua equipe têm se dedicado basicamente à campanha. Ontem Lula só assumiu suas funções de presidente às 16h30. Um grupo de 17 ministros - incluindo toda a equipe econômica - se reuniu para almoçar na casa do ministro Hélio Costa e discutir estratégias para o segundo turno.