Título: Presidente do PT-SP apóia 'aloprados' e critica Lula
Autor: Clarissa Oliveira
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/10/2006, Nacional, p. A9

Apenas um dia após ter deixado a coordenação da campanha presidencial em São Paulo, o presidente estadual do PT, Paulo Frateschi, saiu ontem em defesa dos petistas envolvidos no episódio do dossiê Vedoin e criticou a posição adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao caso. Frateschi, que foi substituído pela ex-prefeita Marta Suplicy, disse discordar da idéia de que esses militantes seriam 'bandidos', 'aloprados' ou deram 'um tiro no pé'.

'Eu também não sou desses, como o Lula, que tratou de uma maneira muito pesada, tiro no pé, aloprados', disse o dirigente. 'Essa coisa de chamá-los de bandidos, eu não concordo. Não concordo mesmo. Não são bandidos.'

Frateschi foi um dos participantes de um encontro realizado ontem em São Paulo, que reuniu parlamentares e líderes do PT para tratar da campanha de Lula no Estado. Um dos assuntos do evento teria sido o futuro de militantes que participaram da tentativa de compra do dossiê.

O presidente estadual do PT disse concordar com a idéia de que os que tiverem sua participação no caso comprovada devem ser afastados, mas negou que esses colegas sejam 'venais' ou tenham agido 'por mal'. De acordo com ele, o caso foi uma reação ao 'massacre' que foi feito com o PT desde a eclosão do escândalo do mensalão. 'O pessoal reagiu mal', afirmou. 'Agora, errou, errou. Isso é que tem estar claro.'

CONVERSA

Na entrevista concedida ontem, Frateschi também negou que sua saída da coordenação de campanha de Lula em São Paulo esteja relacionada ao episódio do dossiê. O presidente do PT paulista disse ter ido pessoalmente a Brasília para conversar com o comando nacional da campanha e sugerir o nome de Marta para a vaga.