Título: Com mensaleiros, Marta chama PSDB para debate ético
Autor: Clarissa Oliveira
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/10/2006, Nacional, p. A9

De língua afiada, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) estreou ontem como coordenadora da campanha presidencial do PT em São Paulo. Se depender dela, o presidente Lula atacará ainda mais o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin em São Paulo e vai apimentar o segundo turno com temas como crise na Febem e violência urbana. Ela também desafiou os tucanos a uma discussão sobre ética. 'Nós podemos fazer esse debate', afirmou.

Em sua primeira entrevista no novo cargo, após se reunir com lideranças e deputados do PT - incluindo três mensaleiros -, Marta disse que o governo Lula investigou irregularidades e, por isso, reúne as condições para conduzir um debate sobre ética. 'Eu quero ver como é que os adversários vão se comportar', emendou. A ex-prefeita salientou que, diferentemente do que ocorreu nos governos FHC e Alckmin, a administração do PT 'não tem poeira embaixo do tapete', 'doa a quem doer'.

No encontro de ontem, a ex-prefeita teve a companhia dos mensaleiros petistas João Paulo Cunha, José Mentor e José Genoino - todos reeleitos.

Marta adiantou alguns temas que poderão esquentar a campanha nas próximas semanas. No caso do governo de Fernando Henrique, o PT aposta na 'compra da reeleição' e na polêmica das privatizações. No que se refere a Alckmin, a campanha vai centrar fogo na dificuldade em aprovar CPIs, em denúncias sobre a Nossa Caixa e na segurança.

'Quem não teve competência para resolver o problema da Febem, como é que vai cuidar do Brasil?', provocou a ex-prefeita, aproveitando para atacar o apoio do casal Rosinha Matheus e Anthony Garotinho ao tucano. 'Quem deixou a violência imperar, explodir em São Paulo, e se junta ao casal Garotinho, como vai mandar no Brasil? Que aliança é essa?'

MERCADANTE

Para fortalecer Lula no Estado que elegeu o ex-prefeito José Serra (PSDB) no primeiro turno, Marta aposta na militância e nos debates. Para tentar tirar votos de Alckmin, ela terá uma equipe de deputados e líderes petistas, incluindo o senador Aloizio Mercadante, candidato derrotado ao governo paulista. Ela conta ainda com ministros licenciados, como Luiz Marinho, do Trabalho.

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