Título: Para Garcia, tucano 'quer levar País à recessão'
Autor: João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/10/2006, Nacional, p. A5

O coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, criticou a proposta de ajuste fiscal que atribuiu ao candidato Geraldo Alckmin e a sua assessoria econômica. Em nota, Garcia disse que a proposta 'quer levar o país à recessão e o governo federal à inoperância'. Como conseqüência das políticas tucanas, o coordenador do comitê da reeleição apontou três desdobramentos: redução dos 'benefícios conquistados pelos idosos, como a melhoria do salário mínimo concedida pelo governo Lula, que foi criticada por vários economistas tucanos'; interrupção da 'redução da pobreza e da desigualdade' registrada nos últimos quatro anos; e uma 'séria recessão', provocada por queda na renda da população e nos investimentos públicos.

As conclusões tiradas por Garcia têm como origem texto da agência internacional de notícias Reuters, citando o economista Yoshiaki Nakano. Segundo Garcia, Nakano desejaria fazer um corte anual de R$ 60 bilhões no Orçamento da União. No texto, o economista tucano é apresentado como 'potencial ministro da Fazenda' de um eventual governo de Geraldo Alckmin.

Se efetuado, este corte seria equivalente a 13% do total das receitas líquidas do orçamento, afirma o coordenador da campanha petista. Garcia sustentou na sua nota - divulgada anteontem à noite - que sem uma reforma constitucional só haveria um lugar onde efetuar essa redução: as chamadas despesas discricionárias, ou seja, custeio e investimentos dos ministérios. Por conta disso, ele acusou os tucanos de proporem a paralisia da máquina administrativa.

Garcia também sustenta que o economista não identifica o que entende por 'gordura' na burocracia pública - o que autorizaria a leitura que o petista fez sobre os planos dos adversários nesta eleição.

De acordo com o coordenador da campanha pela reeleição, a abordagem correta é a defendida pelo presidente Lula, com a continuidade da política atual, marcada por um ajuste fiscal 'responsável', queda da inflação e da taxa de juros - que ainda absorvem parte importante do orçamento, forte geração de empregos formais e aumento da renda per capita, acelerando assim o crescimento econômico.

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