Título: EUA prometem impedir Coréia de vender bombas
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Fonte: O Estado de São Paulo, 19/10/2006, Internacional, p. A17

O presidente americano, George W. Bush, disse ontem que os EUA impedirão a Coréia do Norte de transferir armas nucleares ao Irã ou à rede Al-Qaeda e advertiu que se o país comunista tentar fazer isso enfrentará ¿uma grave conseqüência¿. Bush, no entanto, rejeitou explicar como os EUA retaliarão.

¿Se obtivermos informações de inteligência de que eles estão a ponto de transferir armas nucleares, deteremos as transferências¿, disse Bush em entrevista à rede de tevê ABC News.

Horas antes, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, tinha assegurado ao Japão que os EUA estão prontos para usar ¿todo o alcance¿ de seu poderio militar para defender o país.

Os EUA temem que Japão, Coréia do Sul, ou mesmo Taiwan, possam querer desenvolver seu próprio programa de armas nucleares para conter uma ameaça da Coréia do Norte, que testou uma bomba atômica no dia 9. Qualquer passo nesse sentido poderia enfurecer a China, que já possui armas nucleares, e aumentar as tensões na Ásia.

¿Por isso é extremamente importante reafirmar firmemente o compromisso dos EUA de defender o Japão e a Coréia do Sul¿, disse Condoleezza em Tóquio. Referindo-se a uma corrida armamentista, ela declarou: ¿Temos vários meios de impedir que isso aconteça.¿ Suas palavras são também uma advertência a Pyongyang de que poderá enfrentar o arsenal nuclear americano se usar uma arma atômica contra um vizinho.

A visita de Condoleezza à região também busca pressionar pelo cumprimento das sanções aprovadas no sábado contra Pyongyang. A China rejeita interditar e inspecionar cargueiros que chegam à Coréia do Norte ou partem do país e a Coréia do Sul se recusa a encerrar projetos considerados fontes de dinheiro para Pyongyang.

Sobre as especulações de que a Coréia poderia estar se preparando para testar outra bomba, Condoleezza disse que novas ações dos norte-coreanos somente ¿aprofundarão seu isolamento¿.

O ditador norte-coreano, Kim Jong-il, fez na terça-feira à noite sua primeira aparição pública desde o teste nuclear, durante um espetáculo com danças pelo 80º aniversário da fundação da União Abaixo o Imperialismo, precursora do governista Partido dos Trabalhadores Comunistas.