Título: Incentivo à troca de carro
Autor: Cleide Silva
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/10/2006, Negócios, p. B20

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, prepara um projeto de renovação da frota de veículos. Na semana passada, o ministro iniciou uma discussão com as montadoras de veículos e os fabricantes de autopeças para preparar um plano conjunto. Segundo o ministro, é possível que sejam adotadas medidas de incentivo para a troca por um carro mais novo, mas descartou a redução de impostos.

Uma das medidas em estudo é a oferta de juros mais baixos para financiamentos e bônus especiais de descontos, similar ao programa já adotado no passado pela Argentina. ¿As empresas agora terão de apresentar propostas para viabilizar o programa¿, disse Furlan. ¿Um plano desse tipo só funciona com a participação de todos os envolvidos nos dois países.¿

O ministro participou ontem à noite da cerimônia de inauguração do Salão do Automóvel e, durante visita aos estandes, fez questão de entrar em vários automóveis expostos na mostra.

Furlan tentou escapar de cobranças da indústria automobilística em relação ao câmbio e aos impostos e iniciou seu discurso falando dos recordes de produção e exportação que o setor vai bater este ano e dos recentes investimentos anunciados pelas montadoras.

PROPOSTAS

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, disse que uma carta com propostas do setor, incluindo a renovação da frota, será entregue ao próximo governo no início de 2007. O presidente da associação das montadoras da Argentina, a Adefa, Felipe Rovera, informou que está marcada para hoje, em São Paulo, uma reunião com representantes de vários segmentos da cadeia automotiva dos dois países. Um dos temas é o programa proposto por Furlan.

A renovação da frota de veículos velhos é uma antiga discussão na indústria e várias propostas já foram apresentadas, inclusive com a participação de sindicatos de trabalhadores, mas nenhuma se tornou viável. A idade média da frota de automóveis no Brasil é de 8,5 anos e, na Argentina, de 10 anos, calcula Luiz Moan, vice-presidente da Anfavea.