Título: Alckmin acusa Lula de sacrificar amigos para salvar a própria pele
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/10/2006, Nacional, p. A4

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo destaque1'>Alckmin, avisou ontem que vai manter até o fim da campanha o "estilo Mike Tyson" apresentado no debate com o presidente Luiz Inácio destaque3'>Lula da Silva (PT), no domingo. "O estilo vai ser o mesmo. É falar a verdade. Não gosto de gente que não fala a verdade, que distorce a verdade e que sacrifica os amigos para salvar a pele", disse.

Sobre as críticas de eleitores de que tanto ele quanto destaque3'>Lula deixaram de apresentar propostas no debate inaugural do segundo turno - transformando o programa em uma troca de destaque2'>acusações -, o tucano argumentou: "A questão ética não é lateral. É substantiva, é programática."

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o ex-governador paulista voltou a chamar seu oponente de "mentiroso". Reafirmou que o PT já teve sua chance de governar o País e que destaque3'>Lula falta com a verdade para ganhar voto. "O próprio presidente candidato fica colocando mentiras sem parar ao dizer que vou privatizar (a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, a Petrobrás e os Correios). Meu programa de governo tem 216 páginas e nenhuma citação, é mentira para ganhar voto", afirmou destaque1'>Alckmin, relembrando a "boataria" que teria sido espalhada pelo PT para prejudicar sua campanha.

Em seguida, à saída dos estúdios da emissora, em São Paulo, reclamou do fato de os ministros de destaque3'>Lula não fazerem outra coisa a não ser campanha por sua reeleição. "Os ministros só fazem campanha. É ataque e boato o dia inteiro", afirmou. Para o tucano, "os ataques de ministros" têm como objetivo "desviar a atenção" sobre a investigação da origem do R$ 1,75 milhão para a compra do dossiê Vedoin, com o qual petistas pretendiam ligar políticos tucanos ao escândalo dos sanguessugas.

BOLSA-FAMÍLIA

Além de desmentir que tenha intenção de privatizar empresas públicas, destaque1'>Alckmin também aproveitou as entrevistas que concedeu durante o dia para ressaltar que não vai pôr fim ao Bolsa-Família. A informação falsa, segundo ele, também tem sido espalhada por destaque3'>Lula e sua equipe.

Ao falar do programa que é carro-chefe da campanha de seu oponente, o tucano prometeu, se eleito, enviar ao Congresso um projeto de lei para que seja criada uma rede de proteção social. "Vou mandar para que seja lei, e não objeto de medo, de tirar voto. Abaixo de determinada renda vai ser direito da família (ser beneficiada com o programa). Nada a ver com a questão social."

CORTES

Além de repetir a estratégia de desmentir "os boatos" espalhados pelo PT, destaque1'>Alckmin também passou o dia de ontem procurando pôr panos quentes na polêmica aberta pelo economista Yoshiaki Nakano, um dos formuladores de seu programa de governo.

Na terça-feira, Nakano defendeu o equilíbrio entre o juro interno e as taxas externas; um câmbio flutuante, porém administrado; controle de capitais de curto prazo e o corte de despesas correntes em 2007 da ordem de 3% do PIB (R$ 60 bilhões).

destaque1'>Alckmin desconversou sobre ter definido corte de gastos em seu programa de governo e negou que a polêmica possa criar o "fator destaque1'>Alckmin" no mercado, a exemplo do temor com a candidatura de destaque3'>Lula em 2002.

"Não tem nominado 4,4%, 3,4%. O que vamos fazer é o que o Brasil precisa, uma política fiscal de melhor qualidade", anotou. Na página 16 do programa de governo de destaque1'>Alckmin, porém, está clara a proposta de "criar condições para zerar o déficit nominal com corte de despesas correntes dos governos, incluindo juros, da ordem de 4,4% do PIB no decorrer do próximo mandato".