Título: Saldo de US$ 4,4 bi é 3º maior do ano
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/10/2006, Economia, p. B4

A balança comercial registrou superávit de US$ 4,428 bilhões em setembro, o terceiro melhor resultado mensal do ano, levando o saldo acumulado até setembro para US$ 34,002 bilhões, valor recorde para o período. No período de 12 meses encerrado no mês passado, o superávit alcançou US$ 46,083 bilhões - US$ 4,867 bilhões mais que nos 12 meses anteriores.

Os números divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) confirmaram o vigor das importações no mês e no ano, apesar do baixo crescimento da economia no período. As exportações, por sua vez, se mantiveram em alta, mesmo com a taxa de câmbio desfavorável, superando a marca dos US$ 100 bilhões no ano - o total acumulado chegou a US$ 100,713 bilhões.

O bom desempenho das vendas externas levou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) a elevar ontem sua meta de exportação para US$ 135 bilhões, com saldo positivo de US$ 44 bilhões. O secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, disse que, com esse valor, o Brasil deve subir no ranking mundial dos maiores exportadores.

Em 2005, quando foram exportados US$ 118,3 bilhões, o País ocupava a 23ª posição e tinha uma participação de 1,1% no mercado internacional. Para este ano, Meziat acredita que o Brasil deve subir para a 20ª ou 21ª posição e aumentar sua participação no mercado mundial para 1,20% ou 1,25%, ultrapassando Áustria, Suíça e Suécia.

Apenas em setembro, as exportações somaram US$ 12,549 bilhões, com média diária de US$ 627,5 milhões - 23,9% superior à de setembro de 2005. As importações chegaram a US$ 8,121 bilhões, com a média diária crescendo 35% e ultrapassando a casa dos US$ 400 milhões (foi de US$ 406 milhões).

RECORDES

No período de janeiro a setembro, todos os resultados do comércio exterior bateram recordes. As exportações de US$ 100,713 bilhões aumentaram 16,1% em relação a igual período de 2005. As importações avançaram mais agressivamente, com aumento de 23,3% na mesma comparação, e totalizaram US$ 66,711 bilhões. Dos 33 principais itens da pauta de exportação, apenas 9 tiveram redução nas vendas no período: frango, farelo de soja, carne suína, algodão, semimanufaturas de ferro/aço, ferro fundido, óleo de soja, calçados e fio-máquina de ferro/aço.

Do lado das importações, os dados do MDIC mostram que as compras de máquinas e equipamentos para o setor produtivo somaram US$ 13,824 bilhões, o que representou aumento de 23,6% em relação a 2005.

Furlan contesta projeção do BC para balança em 2007

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, contestou as estimativas do Banco Central (BC) para o superávit comercial de 2007. Segundo a projeção do BC, o saldo cairá para cerca de US$ 30 bilhões - a previsão do Ministério do Desenvolvimento é de que neste ano o superávit será de US$ 44 bilhões. Apesar da discordância em relação ao BC, Furlan disse que o ministério ainda não projetou o saldo para 2007.

O secretário de Comércio Exterior do ministério, Armando Meziat, reconheceu que a tendência é de um superávit menor em 2007, por conta da aceleração das importações em relação às exportações, que já contam com uma base comparativa maior. Ele informou ainda que o setor de material de transporte será o carro-chefe das exportações brasileiras este ano, com um total embarcado de mais de US$ 20 bilhões. Afirmou também que a nova meta de US$ 135 bilhões não será alcançada apenas pela elevação dos preços das commodities, mas pelo crescimento das quantidades embarcadas.