Título: Varig antiga também quer pedir ajuda ao BNDES
Autor: Alberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/09/2006, Economia, p. B2

Parte da empresa que não foi à falência pretende pedir financiamento para comprar aviões da Embraer

A Varig antiga, parte da empresa que não foi a leilão, está entre dois mundos opostos. Com apenas três aviões e uma linha, a empresa herdou uma dívida de R$ 7,9 bilhões. Mesmo assim, seus administradores tentam não só evitar a falência da empresa, como têm planos para a retomada da companhia.

O gestor judicial Miguel Dau quer pedir um financiamento ao BNDES para montar sua frota com aviões da Embraer, a exemplo do que está fazendo a nova Varig.

Dau iniciou negociações com arrendadores de aviões e diz que pode recorrer à européia Airbus. Hoje, a companhia tem três jatos da americana Boeing, sendo um para rotas nacionais e dois para vôos fretados.

"Se eu optar pela Embraer, o caminho passa pelo BNDES. O problema será a minha capacidade de dar garantias. Teremos de ter criatividade", afirma Dau. Sua preocupação imediata, porém, é arrumar dinheiro para pagar R$ 106 milhões em salários atrasados.

O executivo diz que enfrenta dificuldades para obter recursos, o que tem contribuído para emperrar o acordo coletivo com os trabalhadores. Sem esse acordo e sem a homologação da nova Varig, Dau admite que a Varig antiga pode falir.

Hoje, a companhia começa a liberar as guias para pagamento antecipado de FGTS a 4.544 funcionários, que poderão entrar com pedido de saque na Caixa Econômica Federal. Dau estima que pelo menos R$ 50 milhões deverão ser sacados. Outra verba que poderá sair esta semana são R$ 14 milhões de uma dívida da VarigLog com a Varig.