Título: Presidente recebe Gerdau, cotado para ministério
Autor: João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/11/2006, Nacional, p. A5

Empresário já disse em nota não ter plano de assumir cargo, mas Lula o cogita para o Desenvolvimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai receber na tarde de hoje, no Palácio do Planalto, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau, gigante do ramo siderúrgico. Gerdau é apontado como um dos nomes preferidos de Lula para integrar o ministério no segundo mandato petista.

As informações no Palácio Planalto são de que o presidente Lula gostaria que Gerdau assumisse possivelmente o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - hoje ocupado por outro empresário, Luiz Fernando Furlan, licenciado da direção da Sadia.

O problema é que Furlan, depois de emitir sinais de que desejava deixar o governo ao final do primeiro mandato de Lula, passou a se comportar como quem prefere continuar no cargo.

Outras opções para abrigar Jorge Gerdau seriam o Ministério do Planejamento ou até mesmo a Fazenda, embora esta última seja uma saída bem menos provável.

PLANOS

Gerdau vem afirmando não ter interesse em ocupar nenhum posto no governo. Na semana passada, sua assessoria de imprensa divulgou um texto dizendo que 'não está em seus planos profissionais ou pessoais a aceitação de convites para compor cargos públicos'.

Na nota, distribuída na quarta-feira, o empresário afirma que sua contribuição para o Brasil 'pode ser mais construtiva por meio da participação em iniciativas e movimentos empresariais que buscam soluções para os principais desafios do País'.

A presença de Jorge Gerdau no governo poderia representar, de fato, um constrangimento para o grupo siderúrgico comandado por ele. Na carteira de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), figuram 11 operações de financiamento a empresas do conglomerado, num total superior a R$ 1,7 bilhão.

NEGOCIAÇÕES

Na semana passada, Lula assumiu as negociações para a montagem do ministério. O desafio do presidente, que tem recebido a visita de aliados, é administrar as muitas reivindicações para obter maioria no Congresso. Lula encontra resistência no seu partido, o PT, que deixou claro que não aceitará ficar em segundo plano para ceder espaço para os aliados.

Na última manifestação pública sobre a montagem do ministério, Lula deu sinais, na quinta-feira, de que os principais nomes da equipe econômica - Guido Mantega, da Fazenda, e Henrique Meirelles, do Banco Central - devem ser mantidos.