Título: Gilberto Carvalho também põe cargo à disposição e pode ir para área social
Autor: João Domingos, Leonencio Nossa
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/11/2006, Nacional, p. A6

O chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, deverá deixar o cargo em dezembro, mas não vai sair do governo. Carvalho já conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e agora aguarda apenas uma resposta sobre o seu destino no segundo mandato. Depois do pedido de demissão de Luiz Gushiken, Carvalho é o auxiliar da velha guarda que mais intimidade tem com Lula. Ex-seminarista, ele poderá ser deslocado para um ministério ou secretaria ligados à área social.

'Eu fiz o que tinha de fazer: pus o meu cargo à disposição do presidente. Cheguei para ele e disse que, vencidos os quatro anos de governo, era hora de dar uma boa renovada na equipe, porque agüentar oito anos as mesmas caras não é fácil', afirmou Carvalho.

Apesar de se definir como 'vocacionado' para a área social, o petista declarou que não deve ser ministro de nada. 'Ministério, para mim, só se for o da eucaristia', brincou. Ex-secretário-geral do PT, o chefe de gabinete garantiu que não comandará o partido. 'Nem sou mais do Diretório Nacional.'

O gaúcho César Alvarez, assessor especial, é cotado para substituir o colega. Com a tarefa de cuidar da agenda de Lula, Carvalho negou que seu possível remanejamento tenha ligação com o dossiê Vedoin. 'Não tem nada disso', garantiu. No rastreamento telefônico feito pela Polícia Federal, apareceram duas ligações de Carvalho para Jorge Lorenzetti, que coordenava a 'Abin' do PT, no dia 15 de setembro, quando Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos tentando comprar um dossiê contra tucanos