Título: Serra mantém vitória no 1º turno
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/09/2006, Nacional, p. A10

Pesquisa Estado/TV Globo/Ibope mostra tucano com 46% das intenções de voto, enquanto rivais somam 30%

O candidato José Serra (PSDB) cresceu 4 pontos porcentuais na consulta espontânea e chegou aos 30% de citação (26% na pesquisa anterior), contra 12% (11% na anterior) de Aloizio Mercadante (PT), na disputa para o governo de São Paulo, segundo pesquisa Estado/TV Globo/Ibope. Na consulta estimulada não se alteraram os porcentuais da rodada anterior, mantendo a perspectiva de vitória de Serra no primeiro turno, com uma folga de 16 pontos: ele tem 46% contra 30% da soma dos outros candidatos.

Na pesquisa espontânea, os indecisos, que já vinham caindo progressivamente, diminuíram 6 pontos - de 51% para 45% - e 4 destes pontos (dois terços dos que se decidiram agora) foram para Serra. O tucano cresceu 7 pontos na periferia de São Paulo, 4 pontos no interior e 2 pontos na capital; Mercadante cresceu bem menos: oscilou 2 pontos no interior e 1 ponto na periferia, ambos dentro da margem de erro. Esses movimentos foram influenciados pela propaganda do horário eleitoral gratuito de rádio e televisão.

FAIXAS DE RENDA

Ainda na pesquisa espontânea - que revela uma decisão engajada do eleitor -, Serra cresceu de forma consistente em todos as faixas de renda: 11 pontos entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, 5 pontos nos que ganham de 5 a 10 salários, 3 pontos nos que ganham de 2 a 5 salários, outros 3 nos que ganham de 1 a 2 salários e 4 pontos nos que ganham até 1 salário. O candidato petista perdeu 3 pontos entre os que recebem mais de 10 salários mínimos e ficou estável nas outras faixas. O tucano tem 60% dos votos válidos, Mercadante tem 24% e Orestes Quércia (PMDB), 11%.

Quércia segue sendo o candidato mais rejeitado pelos eleitores ouvidos (23%), mas a rejeição de Mercadante cresceu 3 pontos (de 19% para 22%), dentro da margem de erro. A de Serra caiu 2 pontos e é de 15%.

Embora Serra mantenha a perspectiva de eleição no primeiro turno, o Ibope fez uma simulação de segundo turno. Nela, Serra venceria Mercadante por 58% a 25% (57% a 24% na anterior) e Quércia por 61% a 19% (58% a 18% na anterior).

Por conta da larga vantagem, 63% (60% na pesquisa anterior) dos paulistas apostam que Serra será o futuro governador de São Paulo; 11% ainda acreditam em Mercadante e só 4% dizem que será Quércia.

PRESIDENTE

Em uma semana, Geraldo Alckmin (PSDB) deu um salto de 4 pontos e chegou a 42%, ampliando a vantagem sobre o presidente Lula (PT), que perdeu 2 pontos e tem 34% em São Paulo. Alckmin cresceu nas faixas de baixa renda: 7 pontos entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos, 5 entre os que ganham de 1 a 2 salários e 4 entre os que ganham até 1 mínimo. Cresceu na capital (de 38% para 41%), na periferia (de 33% para 37%) e no interior (30% para 34%).

Lula amargou um festival de perdas no Estado de onde saiu para a política: 10 pontos a menos entre os que ganham até 1 mínimo, 3 a menos nos que ganham de 1 a 2 salários, 3 a menos nos que ganham de 2 a 5 salários, 5 a menos nos que ganham mais de 10. Ele perdeu 3 pontos na capital e 4 na periferia, que inclui São Bernardo do Campo, onde sempre morou. Num segundo turno paulista, Alckmin venceria Lula por 51% a 38% (46% a 38% na rodada anterior).

A rejeição de Lula em São Paulo subiu: 38% afirmam que não votam nele de jeito nenhum. A de Alckmin é de 17%.

Na disputa para o Senado, Eduardo Suplicy (PT) perdeu 4 pontos e caiu para 41%, enquanto Guilherme Afif (PFL) subiu 3 e chegou aos 10%. Foram ouvidos 1.806 eleitores paulistas, em 88 municípios, entre 1º e 3 de setembro, com margem de erro de 2 pontos porcentuais.