Título: Israel vai expandir duas colônias na Cisjordânia
Autor: REUTERS, AFP, NYT E AP
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/09/2006, Internacional, p. A12

O Ministério da Habitação israelense autorizou a construção de 690 casas em duas colônias judaicas na Cisjordânia, território ocupado por Israel em 1967. A decisão contraria o último plano de paz para a região, o mapa da estrada, pelo qual Israel se comprometeu a não expandir os assentamentos nos territórios reivindicados pelos palestinos para a formação de seu Estado. Atualmente vivem cerca de 240 mil colonos na Cisjordânia e 180 mil em Jerusalém Oriental, a parte árabe da cidade, também ocupada em 1967 e reivindicada pelos palestinos.

A Administração das Terras de Israel abriu licitação para as obras em 348 lotes da colônia de Maale Adumin, perto de Jerusalém, e na de Beitar Ilit, a oeste de Belém. A iniciativa provocou protesto imediato do grupo pacifista israelense Paz Agora. "O governo está construindo centenas de casas nos territórios, contrariando seus compromissos com o mapa da estrada e com os eleitores israelenses", disse o secretário-geral do grupo, Yariv Oppenheimer. Maale Adumin, com 31.600 habitantes, e Betar Ilit, com 20 mil, são dois dos grandes blocos de colônias que Israel planeja anexar. A colonização de territórios ocupados é proibida pela lei internacional e motivou a condenação de Israel pela Corte Internacional de Justiça, em Haia.

Durante a campanha eleitoral, o primeiro-ministro Ehud Olmert - empossado em maio - fixou como principal meta de governo a remoção de colônias judaicas isoladas na Cisjordânia, perfazendo uns 60 mil colonos, e a anexação dos grandes blocos. Ontem, Olmert não comentou a construção das novas casas, mas declarou que suspendeu seu plano de retirada parcial da Cisjordânia por causa dos riscos de ataques de foguetes por parte de militantes palestinos. "Não tenho dúvida de que alguma coisa mudou na ordem de prioridades", disse, referindo-se à guerra no Líbano.