Título: No 'JN', tucano diz que não aceita ser comparado ao PT
Autor: Wilson Tosta
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/08/2006, Nacional, p. A9

No 'JN', tucano diz que não aceita ser comparado ao PT Alckmin afirma que CPIs podem ser instaladas em SP e não há temor de investigação sobre seu governo

Ao abrir a série de entrevistas do Jornal Nacional com os postulantes à Presidência, ontem, o tucano Geraldo Alckmin, afirmou que não aceita ser comparado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição. "Antigamente a tese do PT era: somos diferentes de todos. E agora é somos todos iguais. Não, não, não. Não somos todos iguais. Não aceitamos isso", disse.

Ele deu as declarações ao falar sobre as CPIs no Congresso e os pedidos de abertura de comissões de inquérito na Assembléia Legislativa de São Paulo, Estado que governou por seis anos. Alckmin insistiu em que as CPIs podem ser abertas em São Paulo e não há temor de investigação sobre sua gestão.

Durante pouco mais de 10 minutos, o ex-governador paulista falou sobre segurança pública - no dia em que foi registrada no Estado a terceira onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) - e reforçou a tese de que esse é um problema que atinge todas as grandes cidades. "Se é uma questão dos brasileiros, é questão do presidente da República", afirmou. "Não vou me omitir, não vou me esconder", prosseguiu.

POSITIVA

O candidato foi aos estúdios da TV Globo, no Rio, acompanhado de assessores, do marqueteiro do PSDB, o jornalista Luiz Gonzales, e da filha mais velha, Sofia. A performance de Alckmin no Jornal Nacional foi considerada positiva pela cúpula do partido.

Candidato a vice na chapa de Alckmin, o senador José Jorge (PFL-PE) avaliou que o tucano demonstrou segurança mesmo diante de perguntas difíceis. "Foram 10 minutos e nada de propositivo. Se seguirem a mesma linha com o Lula será ótimo, porque ele vai precisar de mais de meia hora para explicar dólar na cueca, mensalão, sanguessugas e Aerolula", comentou José Jorge, ao se referir aos escândalos de corrupção que marcaram o governo do petista.

Tido como homem tranqüilo, Alckmin aparentou tensão, principalmente nos primeiros minutos da entrevista. Durante sua aparição no Jornal Nacional, a audiência registrada pelo Ibope foi de 48,4%. Ao encerrar a entrevista, o tucano afirmou que seu compromisso com o País será com o crescimento. "Vamos gerar emprego, renda e trabalho", prometeu, acrescentando que saúde, educação e segurança serão também prioridades.