Título: Dirigente petista e prefeitos negam envolvimento em fraudes da Planam
Autor: Fausto Macedo, Sônia Filgueiras
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/08/2006, Nacional, p. A4

José Airton Cirilo, do Diretório Nacional do PT e candidato a deputado federal pelo Ceará, nega irregularidades e diz que as acusações contra ele "são fantasia". Ele pôs seu sigilo bancário e fiscal à disposição do partido, segundo o deputado Ricardo Berzoini (SP), presidente da legenda. Cirilo garantiu que nunca encontrou os empresários sanguessugas no Ministério da Saúde, mas admitiu que conhece os acusados.

Berzoini disse durante a semana que não vê indícios consistentes que justifiquem submeter Cirilo à Comissão de Ética do PT - pedido feito de forma não oficial pelo deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE), que integra a CPI dos Sanguessugas.

O presidente petista conversou com Santiago e disse não ter se convencido de que haja provas contundentes contra Cirilo. Também conversou com o acusado, que lhe teria dito que não tem nada a temer em relação ao episódio.

A deputada Almerinda de Carvalho (PMDB-RJ) desafiou seus acusadores a provar o que dizem. "O negócio é provar. Falaram tanta coisa, falaram até do senador José Sarney e não provaram nada. Ronildo (Medeiros, empresário da máfia)fala uma coisa e daí a pouco volta atrás", disse a deputada. "O que têm contra mim na CPI é tudo especulação", disse. "Todos nós já fizemos emendas para a saúde, existe até uma obrigação. Essas empresas tinham ramificações em todo o Brasil. Então, se alguém vendeu não sei. Quem libera o dinheiro é o Ministério da Saúde, quem compra são as prefeituras. Eu nunca pedi a nenhum prefeito para comprar com A ou B. Se compraram é problema deles." Antonio Carvalho (PMDB), marido de Almerinda, foi prefeito de São João do Meriti (RJ). "Com oito anos na prefeitura meu marido ia se sujar para receber comissão de R$ 25 mil?", indaga Almerinda.

Kalu Donato (PL), prefeito de Vinhedo, interior de São Paulo, rechaçou qualquer suspeita. "Quando assumi (em 2005), já havia convênio com o Ministério da Saúde. Nós só demos continuidade aos pagamentos."

Donato informou que no primeiro ano de seu governo abriu licitação para aparelhos médicos e a Planam não estava entre as empresas vencedoras. Para Donato, as declarações de Luiz Antonio Vedoin são uma retaliação porque ele não se curvou à pressão da Planam.F.M. e S.F.