Título: ...para a vitória de Lula
Autor: Eduardo Nunomura
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/10/2006, Nacional, p. H24

1 A popularidade do Bolsa-Família, que beneficia 44 milhões de pessoas. O programa passa por cima do clientelismo de políticos locais. Para o eleitor, o Bolsa-Família tem o carimbo e a cara de Lula

2 ¿É muito difícil disputar a eleição não contra um candidato, mas contra um mito¿, definiu o tucano Aécio Neves. Os vários escândalos não foram suficientes para apagar a história e o carisma de Lula

3 Era o candidato da reeleição, logo, com a máquina administrativa a seu favor. ¿Por ser governo, tinha a bolsa, a caneta e a exposição na mídia¿, afirma a cientista política Maria Victoria Benevides

4 Capacidade de dissociar sua imagem dos escândalos. Do caso Waldomiro Diniz ao dossiê Vedoin, passando pelo mensalão, não hesitou em sacrificar ministros, assessores e colegas de PT

5 Manteve a política econômica do governo FHC e se aproveitou da onda positiva dos mercados mundiais. A inflação esteve sob controle, o que beneficiou sobretudo a população de baixa renda

6 Conseguiu mudar a agenda da campanha no segundo turno. Os tucanos ficaram o tempo todo rebatendo denúncias de que planejavam privatizações ou cortes em programas sociais

7 Fez colar no tucano a imagem de político da direita, impedindo a migração do eleitorado de esquerda, que, desencantado com o PT, votou em Heloísa Helena e Cristovam Buarque no primeiro turno

8O discurso da continuidade, que agrada tanto ao empresariado quanto ao eleitor comum. Teve ainda mais habilidade para fechar acordos com caciques regionais e contou com o apoio do PMDB

9 Sua campanha de TV foi mais eficaz e otimista, e mostrava que vinha ¿do povo¿, segundo o publicitário Chico Malfitani. Mostrou projetos nacionais em oposição às propostas do ¿paulista¿ Alckmin

10 O cerco à Polícia Federal, que evitou, até o fim do segundo turno, o esclarecimento da origem dos recursos usados por petistas e pessoas ligadas ao partido para a compra do dossiê Vedoin