Título: Alckmin volta a falar de dossiê
Autor: Luciana Nunes Leal e Clarissa Oliveira
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/10/2006, Nacional, p. A5

Lula defende Bolsa-Família

O programa eleitoral gratuito do PSDB na TV deixou clara ontem a estratégia de insistir diariamente no escândalo dos petistas que comprariam dossiê contra políticos tucanos por R$ 1,75 milhão. No programa veiculado à tarde, a última cena foi dedicada a uma imagem do dinheiro que seria utilizado na negociação. 'Faz 28 dias que o governo Lula não diz de onde veio o dinheiro preso com petistas para comprar o falso dossiê contra Geraldo Alckmin', disse um locutor, encerrando os dez minutos do tucano, dedicados quase integralmente à apresentação de propostas na área da saúde. À noite, o partido foi mais longe. Após uma reprise das falas do tucano para a área da saúde, foi apresentado aos eleitores um diagrama relembrando o histórico da compra do dossiê. No centro da imagem, o presidente Lula aparecia cercado pelos petistas envolvidos no episódio. 'Mais uma vez, Lula disse que não sabia de nada', disse um apresentador.

O PT, por sua vez, utilizou o horário da noite para falar sobre realizações do governo Lula e apresentar propostas para as áreas econômica e social. O presidente prometeu apostas em emprego e educação, dizendo-se mais preparado para governar o País em um segudo mandato. 'Hoje eu sei exatamente o que é possível fazer em um determinado período de tempo', afirmou Lula. Ele aproveitou também para defender o Bolsa-Família, contestando a idéia de que o programa acomoda seus beneficiários. 'Aqueles que falam que o Bolsa-Família é um programa que acomoda as pessoas não conhece a alma do brasileiro humilde. Ele não quer depender apenas dessa ajuda. Quer uma chance de crescer, de trabalhar, de melhorar de vida', afirmou o presidente, acrescentando que vários beneficiários do programa abrem mão da renda assim que conseguem um emprego.

À tarde, o partido repetiu o programa da noite anterior, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu o 'equívoco' de não ir a debates no primeiro turno e acusou o adversário de fazer 'campanha de ódio'. 'Admito que me equivoquei, porque minha posição foi mal interpretada e não freou a baixaria do meu adversário', disse Lula sobre os debates. 'Já fui ao primeiro debate no segundo turno e continuarei indo aos demais', prometeu o presidente que, porém, não participará do confronto da TV Gazeta, na próxima terça-feira.