Título: PT faz acordo com PMDB do Paraná e vai apoiar Requião
Autor: Evandro Fadel
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/10/2006, Nacional, p. A12

Do lado tucano, prefeito de Curitiba se licencia para trabalhar pelas candidaturas de Osmar Dias e Alckmin

Evandro Fadel

O PT e o PMDB formalizaram ontem, em Curitiba, um acordo de apoio dos petistas ao governador Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição, mas este não deve embarcar, ainda, na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por outro lado, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), licenciou-se para arregaçar as mangas e ir às ruas para ajudar as campanhas do desafiante Osmar Dias (PDT) e do candidato tucano a presidente, Geraldo Alckmin. No entanto, embora a Executiva do PSDB regional tenha se definido em favor de Osmar, é certo que muitos dissidentes ficarão com Lula e com o governador Requião.

Apesar de ter sido um dos críticos mais ferrenhos à administração Requião, o presidente do PT no Paraná, deputado estadual André Vargas, disse que vai lutar pela reeleição do governador. 'As críticas sempre foram a favor do Paraná', justificou, mas adiantando, também, que o acordo de apoio recíproco entre petistas e peemedebistas vai valer apenas até o dia 29. 'A militância do PT está convocada a trabalhar pelo Requião e absolutamente proibida de qualquer militância pela candidatura adversária', advertiu ele.

Em troca, Vargas espera a reciprocidade de Requião - que já fez declarações informando que não adotou ainda um posicionamento sobre o quadro nacional. 'Acredito que seja um equívoco político dele', analisou o líder petista. 'Vamos saber o melhor momento para essa declaração.'

O presidente Lula estará em Curitiba no sábado para um comício e alguns petistas sonham com a presença de Requião no palanque. De sua parte, o vice-governador Orlando Pessuti garantiu que estará à frente da campanha de Lula, apesar das críticas feitas por Requião, várias vezes, à política econômica do governo federal.

NO PSDB

Os tucanos também discutiram os apoios em reunião ontem de manhã, quando a Executiva regional confirmou o apoio a Osmar Dias. É uma decisão que será respeitada por alguns, como o vereador curitibano Mário Celso Cunha, mas sabe-se que outros tucanos resistirão.

Por exemplo, o deputado estadual Nelson Garcia, que pede a mesma liberdade que existiu no primeiro turno. 'É difícil falar com meus eleitores e dizer que mudei de opinião', afirmou Garcia, única voz divergente no encontro. O governador em exercício, deputado estadual Hermas Brandão, continua ativo na campanha de Requião.

O prefeito de Curitiba, Beto Richa, entrou para valer no apoio ao PDT. Coordenador da campanha de Geraldo Alckmin no Paraná, o prefeito licenciou-se ontem do cargo para se dedicar, em tempo integral, a viagens e contatos por todo o interior paranaense. O vice-prefeito Luciano Ducci (PSDB), que assumiu, tinha apoiado Requião no primeiro turno. No segundo turno, avisou que vai manter-se neutro, em respeito à hierarquia na administração municipal.