Título: Depoimento de Vedoin tirou nomes da lista
Autor: Fausto Macedo e Sônia Filgueiras
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2006, Nacional, p. A5

Alguns dos 18 absolvidos pela CPI dos Sanguessugas, conforme relatório de Amir Lando (PMDB-RO), se beneficiaram de correções feitas pelo dono da Planam, Luiz Antônio Vedoin, em depoimento à Justiça Federal.

A deputada Teté Bezerra (PMDB-MT), última a migrar da lista dos acusados para a dos inocentes, está sob investigação do Ministério Público Federal por conta da inscrição de seu nome nas planilhas contábeis da Planam - principal empresa da máfia das ambulâncias. Seu nome, com o de assessores, está associado a vários repasses que somam mais de R$ 70 mil. Há, ainda, o registro de dois supostos pagamentos a seu marido, o ex-senador Carlos Bezerra, no valor de R$ 22 mil. Os supostos repasses renderam a Bezerra uma denúncia ao MPF, sob acusação de receber recursos do esquema.

Vedoin, que chegou a afirmar ter pago R$ 100 mil como ajuda de campanha ao senador, depois disse que cometeu engano e alegou que o dinheiro se destinava ao ex-deputado Bispo Rodrigues (sem partido-RJ) e que não deu recurso à parlamentar ou a seu marido.

O deputado e ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe (PMDB-MG) ficou de fora porque, apesar da proximidade com Maria da Penha Lino - ex-funcionária da Planam e integrante do esquema que ele acolheu como assessora no ministério -, Vedoin declarou que nunca realizou negociações com ele quando parlamentar. À Justiça, o empresário informou que acertou pagamento de "comissões" a Helenildo Ribeiro (PSDB-AL) por intermédio de seu filho James. À CPI, afirmou que o dinheiro se destinava à campanha de James, que disputava uma prefeitura.

Itamar Serpa (PSDB-RJ), que teve uma assessora beneficiada com dinheiro do esquema, foi absolvido depois que Vedoin informou que ela também trabalhava para outros parlamentares - e seus negócios eram com ela e não envolviam o deputado. Contra Josias Quintal (PSB-RJ) pesava a suposta entrega de ambulância a título de antecipação, relatada por Vedoin à Justiça. Na CPI, ele disse que o veículo foi doação formal, sem prévia negociação de propina, em um acordo com seu assessor, este sim, próximo do esquema. No futuro, pretendia pedir que Quintal colocasse emendas a seu favor.