Título: PFL corre para barrar acusados na televisão
Autor: Christiane Samarco e Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2006, Nacional, p. A7

O PFL é o partido que promete mais rigor com congressistas acusados de envolvimento na máfia dos sanguessugas: a direção tem pressa em cassar a candidatura dos incriminados para evitar que eles usem o horário eleitoral no rádio e na TV. O partido espera resolver o assunto, em rito sumário, no máximo em 15 dias. Os deputados terão de prestar explicações ao relator João Roma Neto, presidente do PFL Jovem.

A Executiva Nacional deverá se reunir para examinar o relatório de cada caso no dia 21. Se algum acusado for convincente na defesa, poderá haver um desagravo. Do contrário, antecipa o relator, deverá ser aplicada a pena máxima de expulsão.

O PSB também submeteu seus quatro deputados suspeitos à Comissão de Ética do partido, que terá reunião extraordinária na terça-feira. Em nota oficial, o presidente do partido, ex-ministro Roberto Amaral, disse ontem que o relatório parcial é "peça integrante dos autos" e que Paulo Baltazar (RJ), João Mendes (RJ), Isaías Silvestre (MG)e Marcondes Gadelha (PB) já foram notificados. "O Partido Socialista Brasileiro não esperará pelas conclusões do Conselho de Ética da Câmara", avisou Amaral.

O PSDB divulgou nota oficial para destacar que ficou fora da CPI dos Sanguessugas, uma vez que o único tucano citado nas investigações, o deputado Paulo Feijó (RJ), desligou-se do partido no último dia 2. "Ele saiu para não ser expulso. Se outros casos tivessem sido comprovados, o partido tomaria a mesma atitude que tomou em relação ao deputado Paulo Feijó, exigindo sua saída", disse o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM).

O presidente licenciado do PTB, Roberto Jefferson (RJ), deputado cassado depois de denunciar o mensalão e assumir o recebimento de dinheiro do valerioduto, sugeriu que os envolvidos não pudessem ser candidatos pelo partido, mas foi voto vencido. Os petebistas terão a legenda e a candidatura garantidas.

Em nota oficial, ontem, o PTB informa que só tomará providências depois do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Ou seja: vai aguardar a decisão do Conselho de Ética, a votação na Câmara e o recurso ao STF em caso de cassação. O comando petebista diz, no entanto, que "não pactuará com irregularidades comprovadamente cometidas por integrantes da legenda" e acrescenta que os culpados serão desfiliados.

O PP e o PL prometem não esperar tanto quando o PTB. Os dois partidos anunciaram que, se o Conselho de Ética julgar os parlamentares culpados, abrirão imediatamente procedimento interno para decidir a punição.