Título: Bernardo diz que gastança é boato
Autor: Adriana Fernandes, Renata Veríssimo
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2006, Economia, p. B3

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, classificou como "boato" as insinuações de que o governo federal estaria fazendo gastos com objetivos eleitorais. E reagiu com indignação ao editorial do Estado publicado ontem, sob título "Para sustentar a gastança". "O Estadão é um jornal importante demais para fazer editorial em cima de boatos, de fofocas. Quem inventou esse boato, a oposição?" questionou. "As coisas não podem ser discutidas desse jeito." Ele afirmou que tem brincado, dizendo que os jornalistas só pensam em eleição. "Precisamos trabalhar, fazer as coisas andarem e falar menos de eleição", conclamou. Segundo ele, não é verdade que serão aplicados R$ 4,8 bilhões somente nos ministérios dos Transportes e do Desenvolvimento Agrário. "Temos um volume total de R$ 4,8 bilhões para atender a todas as nossas despesas", afirmou.

Sobre a destinação para cada um dos órgãos federais, Bernardo acentuou que tudo é feito com "parcimônia". "Temos de ter um olhar mais atento para o que está acontecendo", pediu. "Estamos com a menor taxa de risco da nossa história, a taxa de juros é a menor praticada nos últimos anos, a inflação está convergindo para menos que 4% no ano." O ministro também revelou ter recebido telefonema da direção do Banco Santander Banespa informando que o banco estaria cortando pela metade todas as taxas de cartão.

Além disso, ele acrescentou que o déficit da Previdência estava projetado para R$ 43 bilhões este ano, mas já está sendo reestimado para R$ 41 bilhões. "Mesmo com o aumento que teve no salário mínimo e nas aposentadorias, conseguimos diminuição do déficit."