Título: Estrelas das CPIs que investigaram governo não conseguem se eleger
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/10/2006, Especial, p. H14

As urnas não foram justas com algumas das principais estrelas que brilharam nas CPIs que investigaram a seqüência de escândalos do Congresso e do governo Lula. O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), perdeu a eleição para governador de Mato Grosso do Sul por larga vantagem. Criticado por petistas que chegaram a acusá-lo de servir aos propósitos da oposição pelo empenho que demonstrou nas investigações, Delcídio terminou a eleição com apenas 38,04% dos votos válidos em seu Estado.

Integrante da tropa de choque da oposição, o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) só conseguiu a quinta posição na disputa pelo governo do Rio, com 5,33% dos votos válidos. Na apuração do escândalo do mensalão, Paes destacou-se por participar das investigações mais técnicas sobre sigilo bancário que acabaram por produzir os maiores estragos na bancada governista. Relator da CPI dos Sanguessugas, o senador Amir Lando (PMDB-RO) ficou em quarto lugar em Rondônia, onde também concorria ao governo estadual, com 6,17% dos votos válidos.

Os dois senadores, entretanto, como estão no meio do mandato, continuarão com cargos políticos até 2010. Delcídio perdeu a eleição em um Estado governado pelo PT, enquanto Lando tentava desbancar o atual governador Ivo Cassol. O tucano Eduardo Paes se despede da Câmara e só poderá buscar um novo mandato na próxima eleição.

Apesar dessas derrotas, alguns parlamentares destacados na CPI dos Correios obtiveram bons resultados no atual pleito. É o caso da deputada Denise Frossard (PPS-RS), que vai disputar o segundo turno da eleição para o governo do Rio, e de Gustavo Fruet (PSDB-PR), que se reelegeu no Paraná com a maior votação individual entre todos os parlamentares do Estado. Na Bahia, o deputado ACM Neto (PFL), que coordenou as investigações sobre irregularidades nos fundos de pensão, foi eleito.