Título: Ajuda de assistente social orientou decisão
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/10/2006, Vida&, p. A36

Foi graças à indicação de uma assistente social que fazia um trabalho com crianças carentes no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, que L.M.C., de 23 anos, soube que deveria ir a um hospital e, além de fazer exames e se submeter a um tratamento de emergência, que inclui coquetel antiaids e pílula do dia seguinte, ela poderia, em caso de gravidez, optar por um aborto.

Estuprada duas vezes por um vizinho, antigo amigo de seu pai, ela optou também por procurar uma delegacia da mulher e fazer a denúncia. ¿Foi tudo de uma vez só. Eu não sabia direito o que fazer, só sentia revolta. Encontrei sem querer com a assistente social e ela conversou comigo¿, conta. ¿Na primeira vez, fiquei com medo e não contei pra ninguém, mas depois, quando ele fez de novo, fui na delegacia¿, diz. Ela não chegou a procurar o hospital imediatamente, e descobriu quase dois meses depois que estava grávida. ¿Não podia levar adiante, por mais sofrimento que tenha sido fazer um aborto. É uma dor imensa, mas pensei muito e foi o melhor que eu fiz¿, diz.