Título: Saldo comercial já ultrapassa US$ 40 bi no ano
Autor: Rosana de Cassia
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/11/2006, Economia, p. B10

A balança comercial teve superávit de US$ 722 milhões na quarta semana de novembro, o que elevou o saldo acumulado no mês para US$ 2,7 bilhões. No ano, o resultado positivo superou os US$ 40 bilhões, chegando a US$ 40,6 bilhões, informou ontem o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A expectativa do governo é que o superávit chegue a US$ 44 bilhões até o fim de dezembro, com as exportações batendo em US$ 135 bilhões.

Apesar do saldo elevado, os números da balança continuam mostrando um crescimento mais acelerado das importações do que das exportações. A média diária das importações nas quatro semanas deste mês ficou 30,2% acima da média de novembro do ano passado, chegando a US$ 437,4 milhões. Já as exportações, com média de US$ 606,5 milhões por dia, ficaram em um patamar 12,4% superior.

Ontem pela manhã, o ministério chegou a divulgar que o saldo comercial da quarta semana do mês havia sido de US$ 530 milhões, o que representaria uma queda de 42,7% em relação aos US$ 925 milhões do mesmo período do ano passado. No meio da tarde, no entanto, a informação foi corrigida.

Segundo o MDIC, o valor das importações na semana havia sido de US$ 2,053 bilhões, e não de US$ 2,245 bilhões como informado inicialmente.

De acordo com os técnicos do ministério, um importador digitou uma informação errada no Siscomex, o sistema eletrônico que registra os dados da balança comercial. Ao invés de US$ 1,93 milhão, a operação foi contabilizada como US$ 193 milhões. O ministério não informou qual foi a empresa nem o setor a que pertence. Com a correção, a queda do saldo semanal ficou 20% menor e m relação ao registrado no mesmo período do ano passado.

Segundo o ministério, os produtos que registraram maiores aumentos de importação neste mês, em relação a novembro de 2005, foram cobre e suas obras, cereais e produtos de moagem e adubos e fertilizantes.

Embora em ritmo menos acentuado, as exportações também registraram alta em relação ao ano passado. Na comparação com novembro do ano passado, as quatro primeiras semanas deste mês mostraram crescimento nas vendas externas das três categorias de produtos.

Nos manufaturados, que constituem o principal item da pauta exportadora do País, a alta foi de 12,5%, com destaque para açúcar refinado, álcool etílico e tubos de ferro fundido. No caso dos produtos básicos, a elevação foi de 9,1%, com as principais altas beneficiando milho em grão, carne bovina, suína e de frango e café em grão. Entre os semimanufaturados, cujas vendas aumentaram 21,5%, os principais produtos foram catodos de cobre, couros e peles e açúcar em bruto.

Segundo os dados do governo, de janeiro até a quarta semana de novembro, as exportações somaram US$ 123,1 bilhões, com alta de 16,1% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações, com elevação de 24,9%, chegam a US$ 82,5 bilhões.

Setor têxtil tem superávit de US$ 16,7 milhões As exportações do setor têxtil no mês de outubro foram de US$ 214,5 milhões, um aumento de 0,4% em comparação a outubro do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Têxteis e de Confecções (Abit). As importações do setor totalizaram US$ 197,8 milhões, com crescimento de 74,3% em relação a igual período de 2005. Com isso, o superávit do setor foi de US$ 16,7 milhões.

Segundo a Abit, o resultado positivo de outubro está relacionado ao aumento das exportações de fibras de algodão, que somaram US$ 75,2 milhões. Excluindo-se esse item, a balança do setor teria obtido um déficit de aproximadamente US$ 35 milhões no mês passado.

Apesar de as exportações do setor terem sido superiores às importações em outubro, o desempenho não foi suficiente para reverter o déficit comercial acumulado no ano. Segundo a Abit, de janeiro a outubro, a balança comercial acumulou déficit de US$ 52 milhões. O setor vem acumulando resultados negativos desde junho e deve fechar o ano no vermelho, de acordo com o diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel.

No ano, as vendas externas de têxteis e confeccionados somam US$ 1,69 bilhão, queda de 3,15% em comparação com o mesmo período de 2005. As importações totalizaram US$ 1,75 bilhão, apresentando aumento de 40,7% sobre o valor registrado entre janeiro e outubro do ano passado.