Título: Tucano nega estar só e diz que não precisa de muleta
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/09/2006, Nacional, p. A10

O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, voltou a negar ontem que tenha sido abandonado por lideranças de seu partido na corrida pelo Palácio do Planalto. Ao comentar a ausência de caciques tucanos em seu programa eleitoral na TV, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e até mesmo dos candidatos de seu partido aos governos estaduais, Alckmin disse que, ao contrário do adversário, não precisa de muleta. "Observe a minha campanha. Ninguém aparece. Não sou candidato do PT, que precisa de muleta. Eu assumo, eu tenho a minha liderança", disse. A afirmação foi feita à tarde, durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo. "No meu programa quem aparece é o povo", prosseguiu.

Alckmin classificou como "natural" o fato de os candidatos aos governos estaduais do PSDB conduzirem suas campanhas descoladas da sua. "Eu não vou ficar choramingando", assegurou. Para ele, a disputa ao Planalto está mais relacionada à empatia e à confiança.

Durante duas horas, o tucano respondeu a perguntas de jornalistas e de leitores e voltou a insistir na necessidade de ser realizada a reforma política para que, ao menos, haja fidelidade partidária. Na avaliação de Alckmin, o Brasil hoje não tem partidos políticos dignos. "A tradição é do personalismo", lamentou. O tucano reconheceu ainda que sua mulher, Lu Alckmin, errou ao aceitar vestidos doados pelo estilista Rogério Figueiredo. "Vivendo e aprendendo."Ele negou, porém, que ela tenha recebido cerca de 400 modelos. Na entrevista, o tucano também disse ser "totalmente favorável" à união civil de homossexuais.