Título: Alckmin diminui dianteira de Lula em eventual 2º turno
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/09/2006, Nacional, p. A10

Depois de um agosto dourado, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou setembro com o pé esquerdo: em pesquisa Ibope que a TV Globo divulgou ontem, o oposicionista Geraldo Alckmin (PSDB) descontou 7 pontos porcentuais em uma semana, na simulação de segundo turno. Lula caiu 3 pontos e desceu para 51% e o tucano subiu outros 4 pontos e chegou aos 36%, em relação à pesquisa anterior. Há uma semana, o Ibope apurou 54% a 32% para Lula.

Na simulação de primeiro turno, Lula oscilou para 48% (tinha 49%), enquanto Alckmin subiu para 25% (tinha 22%), ambas dentro do limite da margem de erro. O presidente ainda ganharia no primeiro turno, mas há sete dias a folga que lhe garantia essa vitória era de 15 pontos e agora é de 12. Numa semana, os indecisos desceram de 32% para 29%, o que pode indicar que Alckmin os herdou.

A evolução da rejeição dos dois principais candidatos aponta na mesma direção: a de Lula foi de 24% para 26% e a de Alckmin, de 21% para 19% - dois movimentos enquadrados na margem de erro, mas indicadores de uma tendência. Na nova pesquisa, Lula só tem a comemorar a estabilização da intenção de voto de Heloísa Helena (PSOL), que ficou estacionada nos 9% na simulação de primeiro turno e com uma rejeição alta, de 26%.

Alckmin subiu 5 pontos entre os que têm ensino médio e 7 entre os que têm ensino superior, mas cresceu também nos estratos inferiores; Lula teve uma queda expressiva (10 pontos) nos de escolaridade superior. O tucano cresceu em todas as faixas de renda: ganhou 14 pontos (de 17% para 31%) entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimos e 11 pontos entre os que ganham mais de 10 salários. Lula, para variar, cresceu 5 pontos nesta última faixa (de 60% para 65%), mas perdeu nas outras (6 pontos entre os que ganham mais de 10 salários mínimos).

Alckmin subiu 10 pontos no Sul e Lula caiu 10 no Norte/Centro-Oeste. A disputa se equilibrou no Norte/Centro-Oeste (48% a 43% para Lula), no Sudeste (46% a 39% para Lula) e no Sul (48% a 40% para Alckmin). O desequilíbrio é o Nordeste: Lula tem 69% a 22%.