Título: Descoberto cemitério de dinos marinhos no Ártico
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Fonte: O Estado de São Paulo, 07/10/2006, Vida&, p. A42

Os cientistas se depararam com um gigantesco cemitério jurássico numa ilha do Ártico na costa da Noruega que parece ser uma das mais importantes descobertas de répteis marinhos em décadas. Entre as descobertas mais interessantes está um gigantesco predador do mar do tamanho de um ônibus e cabeça de dois metros.

Os pesquisadores noruegueses descobriram o que acreditam ser um dos mais importantes sítios de dinossauros marítimos das últimas décadas. Em apenas duas semanas, os cientistas encontraram os restos mortais de 28 plessiossauros e ictiossauros na ilha polar de Spitzenberg.

Jõrn Harald Hurum, do Museu de História Natural da Universidade de Oslo, disse à BBC que não se consegue andar mais de 100 metros sem encontrar um novo esqueleto.

Porém, a impressionante quantidade de espécimes está sendo ofuscada pelo que a equipe de Hurum chamou de 'o Monstro'. 'Um deles era um monstro gigantesco com vértebras com o diâmetro de um prato e dentes do tamanho de pepinos', disse ele. O monstro com 150 milhões de anos de idade (segundo os paleontólogos, um plessiossauro), foi o Tiranossaurus rex dos mares - na realidade, ainda maior. Do tamanho aproximado de um ônibus, a cabeça do réptil com dois metros de comprimento seria suficientemente grande para engolir um humano adulto inteiro.

(Cuidado, Escócia, há boatos de que este predador mortal é um parente distante do monstro do Lago Ness.)

Fragmentos de plessiossauros já foram desenterrados na Inglaterra, Rússia e Argentina, mas Hurum acredita que este poderá ser o esqueleto mais completo já encontrado. 'Estamos bastante certos de que está inteiro', disse ele, 'temos a cabeça e podemos ver cerca de seis metros de vértebras antes que o restante dele desapareça dentro do solo'.

Carcaças de animais costumam servir de alimento para outros animais e, por isso, geralmente são despedaçadas, o que torna um esqueleto inteiro uma raridade.

Não apenas os esqueletos estão intactos como também espessas camadas de lama no fundo do mar preservaram a integridade dos ossos no decorrer dos tempos. A presença de fósseis poderá ser um indicador da existência de petróleo e gás na região do Mar de Barents. 'Encontramos um crânio que cheira a petróleo', revelou Hurum.

O grupo de cientistas está agora se apressando para proteger os ossos dos danos causados pelas camadas de gelo do inverno, planejando voltar a Spitzenberg no verão de 2007 para dar continuidade às escavações.