Título: Síria e Irã fomentam instabilidade, diz Bush
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Fonte: O Estado de São Paulo, 22/11/2006, Internacional, p. A13

Apesar de ter evitado acusar diretamente a Síria e o Irã pelo assassinato do ministro libanês da Indústria, Pierre Gemayel, o presidente dos EUA, George W. Bush, não deixou de mencionar os dois países ao comentar o crime durante sua visita ao Havaí. 'Apoiamos os esforços libaneses para defender sua democracia contra as tentativas da Síria, do Irã e aliados de fomentar a instabilidade e a violência no país', disse Bush, após um café da manhã com militares na Base Hickam, em Honolulu, escala na viagem de retorno a Washington depois de uma visita de oito dias à Ásia.

Bush condenou com veemência a morte de Gemayel, pedindo uma investigação completa para identificar 'as pessoas e as forças' por trás do crime. Ele aproveitou para reiterar a importância de que o Conselho de Segurança da ONU estabelecesse um tribunal para julgar os responsáveis pela morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri. Desde o assassinato de Hariri, em 2005, várias personalidades políticas e da mídia libanesas foram mortas no país. Ontem à noite o Conselho de Segurança aprovou a criação do tribunal (leia mais na página 12).

O embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, relembrou ontem que há duas semanas a Casa Branca havia sugerido que a Síria e o Irã estariam se unindo ao grupo xiita libanês Hezbollah para tentar destituir o governo do primeiro-ministro do Líbano, Faud Siniora. 'É possível indagar se esse desprezível assassinato não é o primeiro tiro', disse Bolton à rede de televisão CNN.

Antes mesmo das acusações, Síria, Irã e Hezbollah fizeram declarações oficiais condenando o assassinato. 'O objetivo (do crime) é desestabilizar o Líbano', afirmou a agência oficial síria Sana. Por meio de um comunicado de sua embaixada nos EUA, o governo sírio também declarou que o assassinato teve o objetivo de prejudicar os pedidos de todo o mundo para que a Síria atue para tentar estabilizar o Iraque (leia mais na página 14).

Para o porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Mohammad Ali Hosseini, 'o ato sem dúvida foi realizado pelos inimigos do Líbano, que não querem que o país se torne um símbolo de resistência da região'. O Hezbollah negou envolvimento e afirmou que o crime teve o objetivo de 'empurrar o país para uma guerra civil'.

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