Título: Serviço público, um sonho de estabilidade
Autor: Tosta, Wilson.
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/11/2006, Nacional, p. A20

O assistente social Bruno Teixeira, de 28 anos, estava prestes a sair da faculdade em 2002 quando a Prefeitura do Rio abriu concurso com a finalidade de recrutar servidores para atuar em sua área de especialização. Ele conseguiu passar. Quando foi finalmente convocado, após dois anos de espera - no período, trabalhou para o município por meio de ONGs -,viu chegar a chance de planejar o trabalho e a vida pessoal.

'Tentei o concurso em primeiro lugar pela estabilidade. Como legítimo representante da classe média, tenho de admitir que é o que todos procuramos. Mas além disso, na minha área, o setor público é mesmo o melhor campo. Os salários são bem superiores ao que se paga à categoria na iniciativa privada', contou.

Ganhando inicialmente cerca de R$ 2.500, Teixeira conseguiu fazer planos e converter finalmente o namoro em casamento. 'Minha situação agora é bem melhor do que a que eu tinha quando prestava serviço para as ONGs. Não é só porque a estabilidade me permite fazer carnês, ter uma família, mas porque o trabalho também ganha em continuidade', disse ele, que integra o Núcleo de Direitos Humanos da Prefeitura.

A estabilidade também atraiu a agente de administração Patrícia Ferreira, de 26 anos, para a prefeitura. Ela fez o concurso de nível médio em 2001. A ansiedade deu lugar à decepção quando viu o salário inicial: pouco mais de R$ 300. 'Mas aí descobri que melhorava com as gratificações. Valeu a pena', disse.