Título: 'É preciso liberar o crédito direto'
Autor: Chiarini, Adriana.
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/11/2006, Economia, p. B5

O relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o Brasil, divulgado ontem, recomenda a liberalização do crédito direto. Segundo a organização internacional, os depósitos compulsórios das instituições bancárias no Banco Central (BC) e os tributos sobre operações financeiras, como a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), aumentam as taxas de juros finais.

A condução da política monetária é complicada pela regulação que obriga o direcionamento de crédito, 'especialmente para agricultura e habitação' por meio dos compulsórios, avalia a entidade. O texto diz que em muitos países que adotam o regime de metas de inflação, os depósitos compulsórios no bancos centrais foram reduzidos ou eliminados.

A consolidação da estabilidade macroeconômica é colocada como uma oportunidade para o Brasil eliminar 'as distorções remanescentes herdadas do período pré-estabilização'.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico reconhece que as autoridades brasileiras estão comprometidas com o sistema de metas de inflação combinado ao câmbio flutuante e que 'o regime de política monetária tem funcionado bem'. Registra que embora o Banco Central tenha autonomia operacional de fato, 'ainda' não a tem de direito.