Título: Número de presos sobe para 102. Faltam 16
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/08/2006, Economia, p. B4

Em dois dias da Operação Dilúvio, a Polícia Federal (PF) prendeu 102 acusados de participar de um dos maiores esquemas de fraude no comércio exterior identificados no País. Ontem, foram presos mais quatro suspeitos em São Paulo e um na Bahia, além dos dois sócios do empresário Marco Antônio Mansur em Miami - Adilson Tadeu Soares e Márcio Campos Gonçalves. Eles se entregaram à PF e deveriam desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, às 21h45. Faltam ser cumpridos 16 dos 118 mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Mansur, idealizador do esquema que possibilitou a sonegação de pelo menos R$ 500 milhões em cinco anos, continua preso na Superintendência da PF em São Paulo com seu filho Marco Antônio Mansur Filho.

Até o fim da noite, a PF havia cumprido 28 mandados de prisão e 58 de busca e apreensão na capital paulista. Foram apreendidos US$ 189,1 mil e R$ 5,2 mil, 40 cheques no valor total de R$ 135,1 mil e R$ 7,5 mil em notas promissórias. Foram confiscados 9 carros importados, 3 motos, 3 relógios caros e 16 obras de arte. Em Campinas, 7 suspeitos foram presos e em Ribeirão Preto, um. No interior, os agentes apreenderam 11 Mercedes Benz, uma BMW e um Audi A4.

REAÇÃO DE EMPRESAS Várias empresas mencionadas na operação negaram participar do esquema. Mas, mesmo quem teve as dependências vasculhadas pela PF, como a Cil Informática, não quis avançar em declarações. A Assessoria de Imprensa da Cil informou que a polícia havia vistoriado a empresa anteontem, mas aguardaria uma declaração da PF.

O Carrefour divulgou uma nota na qual afirma que não foi informada oficialmente pelas autoridades a respeito das irregularidades. A empresa diz que atua dentro da legislação e se coloca à disposição para esclarecimentos.

Outra empresa de porte, a Sony Brasil, informa que tomou conhecimento da operação pela imprensa."Não temos nenhuma relação com nenhum dos participantes, fornecedores ou importadores mencionados. Alguns dos destinatários finais são clientes da Sony Brasil, mas a operação comercial mantida com eles é totalmente lícita e regular", afirma a nota.

A H.Stern disse que não foi notificada oficialmente sobre a operação. A GP observou que suas atividades sempre foram pautadas pela legalidade, o que será devidamente comprovado. A Via Veneto também disse estar na legalidade e se colocou à disposição das autoridades para esclarecimento.

A Daslu informou que não fez nenhuma transação com empresas do Grupo MAM e nenhum de seus mais de 300 fornecedores está sob investigação na Operação Dilúvio.