Título: A nota de FHC
Autor: Brandt, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/10/2006, Nacional, p. A9

Um cacoete de linguagem, de minha parte, e uma transcrição imprecisa da entrevista que dei à Rádio CBN deram origem a um mal-entendido sobre minha posição quanto ao controle da Petrobrás e do Banco do Brasil. Minha posição é clara: estas empresas devem ser públicas. Ao contrário do que vem ocorrendo no governo atual, que as utiliza para fins privados, no interesse de grupos e partidos políticos. Perguntado sobre a onda de desinformação e terrorismo eleitoral em torno do assunto das privatizações, declarei textualmente: 'Isto é demagogia. Ninguém vai privatizar a Petrobrás. Eu disse isso quando foi feita a lei (que flexibilizou o monopólio estatal no setor). Eu mandei uma carta ao Senado. Eu não (e aqui caberia a vírgula ou o ponto e vírgula que ficou faltando para dar sentido à frase), sou contrário à privatização da Petrobrás. Ela deve ser outra coisa: uma empresa pública. E não ser utilizada para fins políticos.' Sobre o sentido de minha declaração, não cabe dúvida. Dúvida, aí sim, pesa sobre honestidade, inclusive intelectual, daqueles que fazem do vale-tudo um método de luta política.